Infantino será sempre lembrado por todos os que gostam e apreciam os Comics norte-americanos. Que descanse em paz!
Carmine Infantino
A indústria da BD Norte-Americana está de luto com a morte de um dos seus maiores artistas, Carmine Infantino faleceu no dia 4 de Abril com 87 anos de idade, deixando o mundo inteiro a chorar com a perda de um dos homens mais influentes nos comics durante a década de 60 e 70. Fica aqui então um singelo texto como homenagem a este grande nome dos Comics.
Carmine Infantino nasceu a 24 de Abril de 1925, e como tantos outros artistas da sua geração ele começou a sua carreira na indústria dos comics fazendo diversos trabalhos, quer como escritor, arte-finalista ou até trabalho de escritório. Na DC ele desenhou de tudo um pouco, desde Westerns a Ficção Científica, ajudando a aperfeiçoar o seu traço artístico e a ganhar um estilo que iria ajudar a redefinir a Silver Age.
Foi em 1956 que o editor Julius Schwartz decidiu que era altura de fazer um update e revitalizar alguns heróis da DC, e deu a Infantino a tarefa de tratar do design para o novo Flash. O artista criou um uniforme simples, vermelho e com detalhes a amarelo que ele fazia sobressair com as suas linhas de velocidade, que ajudavam a definir a rapidez da personagem e a tornar aquele fato um dos mais emblemáticos da companhia.
A sua criatividade ajudou a criar a fantástica galeria de vilões do herói, sendo responsável pelo visual de vilões como Capitão Frio ou o Mestre dos Espelhos ou personagens secundários como Wally West e Irís West, passando ainda por heróis como o Homem-Elástico.
Isto fez com que Schwartz confiasse cada vez mais no artista e lhe entregasse outros trabalhos de responsabilidade numa altura tão importante para a companhia.
Na década de 60 ele fez um trabalho fantástico a cimentar o Flash como o rosto da revolução da Era de Prata, e o seu trabalho em Adam Strange mostrou todo o seu talento, com os seus cenários futuristas e traço simples e elegante que tornou o título o símbolo da Ficção Científica nos comics.
Em 1964 ele entrou para a revista do Batman, revitalizando a personagem dando um novo look ao herói e ao seu parceiro Robin.
O seu design simples e moderno ajudou a que a revista ganhasse novo fôlego, salvando-a do cancelamento iminente. Não foi de estranhar por isso que em 1966, a DC oferecesse a ele o cargo de responsável por todas as capas da companhia, um lugar como director artístico que chamou a atenção da Marvel, com Stan Lee a oferecer-lhe mais dinheiro para que ele abandonasse a DC mas que o artista acabou por recusar.
A sua importância ajudou a que ele se tornasse o maior responsável na companhia, algo em que ele tentou o seu melhor numa altura não tão boa para os comics e que o fez tomar decisões arrojadas de modo a melhorar as vendas. Em 1971 ele era assim a cara da DC, ajudou a criar e/ou aprovar revistas de personagens pulp como o Tarzan ou o Sombra, a Saga do Quarto Mundo do Jack Kirby, ou a fase elogiada pela crítica que unia as personagens do Lanterna Verde e do Arqueiro Verde.
Ele abriu as portas à Marvel, colaborando com a editora para a criação do mítico crossover entre o Super-Homem e o Homem-Aranha e quando a Warner o substituiu como presidente da DC em 1976, ele voltou a ser um artista freelancer e pôde assim desenhar alguns títulos na Marvel.
Como artista conhecido por fazer um bom trabalho em títulos de Ficção Científica, ele foi uma escolha óbvia para a revista Star Wars, ajudando a que esta se tornasse um dos títulos mais vendidos da Marvel. Infantino trabalhou ainda em títulos como o Nova ou revistas mais urbanas como a Mulher-Aranha onde ele mostrou todo o seu talento inovando nas aventuras da heroína e quebrando algumas barreiras no layout de uma página de BD.
Em 1981 ele voltou para a DC, trabalhando na revista da Legião dos Super-Heróis e no revival do título Dial H for Hero. No final de carreira substituiu Marshall Rogers como o artista principal na tira de jornal do Batman e foi dar aulas de arte e design numa escola de renome nos Estados Unidos.
A sua marca na história da DC é inegável, mas nem por isso podemos esquecer que ele chegou a ter conflitos com a editora, como quando a processou em 2004 pelos direitos das personagens que ajudou a criar ou de algumas decisões que tomou à frente da companhia como a de redesenhar o Super-Homem de Kirby para que este ficasse mais ao estilo da DC. Mas isso não belisca a importância do arista no mundo da Banda Desenhada, e todos devemos apreciar a sua arte e o recordarmos por isso.
Texto de Hugo Silva
Para verem os outros artigos do Hugo Silva no Leituras de BD basta clicar no nome dele, para visitar o seu excelente blogue nostálgico cliquem no link em baixo:
Ainda sou do Tempo...
Boas leituras
Parabéns pela bela homenagem para esse cara tão especial, Hugo!
ResponderEliminarMuita coisa na DC não seria a mesma sem esse valioso artista! Que vá em paz!
ResponderEliminarCasi no he leído ningún cómic antiguo en donde participe Carmine Infantino, pero su nombre igual ha llegado hasta mis oídos. Su fama es inmortal, parece.
ResponderEliminarFoi deveras importante, conseguiu ser muito à frente no seu tempo!
ResponderEliminar;)
Oi, Nuno! Outra hora eu visit oo blog do Hugo - agora eu prefiro ficar aqui.rsrs...
ResponderEliminarPoxa! Esse cara é praticamente um mito da banda desenhada dos super-heróis! Teve impotante histórico na DC, depoi colaborou com a Marvel e depois outras publicações ainda e depois ainda com a DC e teve polêmicas... aina bem que teve polêmicas, pois um artista de verdade, protege sua arte e luta para que mexam nela o mínimo possível. Se o artista nunca incomodar a ninguém, é sinal de que sua arte - que é sempre uma arte - é morna, boba. O que não é o caso em questão, pelo que li aqui.
O cara cumpriu bem seu papel aqui na Terra. Só espero que outros venham, com essa mesma disposição em acrescentar coisas boas, pois o cneário de banda desenhada Marvel, DC e alguns outros está a precisar de talentos de verdade, como o que esse cara tinha.
Uma pena pra nós, leitores! Mas, o "Departamento lá de cima" mandou ele subir, então tem que ir.
Abraços.
Tenha um bom final de semana.
Fabiano Caldeira.
Belo texto Hugo Silva! Infantino é um artista memorável!
ResponderEliminarObrigado a todos, eu realmente considero ele um grande artista mesmo, incrível como ele criou o design para duas das personagens mais fortes da DC naquelas décadas.
ResponderEliminarE ele em Flash era mesmo fantástico, para mim até hoje poucos chegaram perto, em matéria de "transmitir" a velocidade da personagem vem-me à cabeça somente o Kollins.
R.I.P. :(
ResponderEliminarJorge Fernandes
ResponderEliminarSim, esta geração está toda a finar-se...
:(
Rip Carmine.
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