sexta-feira, 5 de abril de 2013

A Palavra dos Outros: Carmine Infantino por Hugo Silva



Carmine Infantino, o homem que redesenhou os Comics da Silver Age faleceu. Hugo Silva, um rei no mundo da nostalgia, faz o seu elogio neste texto.
Infantino será sempre lembrado por todos os que gostam e apreciam os Comics norte-americanos. Que descanse em paz!

Carmine Infantino


A indústria da BD Norte-Americana está de luto com a morte de um dos seus maiores artistas, Carmine Infantino faleceu no dia 4 de Abril com 87 anos de idade, deixando o mundo inteiro a chorar com a perda de um dos homens mais influentes nos comics durante a década de 60 e 70. Fica aqui então um singelo texto como homenagem a este grande nome dos Comics.

Carmine Infantino nasceu a 24 de Abril de 1925, e como tantos outros artistas da sua geração ele começou a sua carreira na indústria dos comics fazendo diversos trabalhos, quer como escritor, arte-finalista ou até trabalho de escritório. Na DC ele desenhou de tudo um pouco, desde Westerns a Ficção Científica, ajudando a aperfeiçoar o seu traço artístico e a ganhar um estilo que iria ajudar a redefinir a Silver Age.

Foi em 1956 que o editor Julius Schwartz decidiu que era altura de fazer um update e revitalizar alguns heróis da DC, e deu a Infantino a tarefa de tratar do design para o novo Flash. O artista criou um uniforme simples, vermelho e com detalhes a amarelo que ele fazia sobressair com as suas linhas de velocidade, que ajudavam a definir a rapidez da personagem e a tornar aquele fato um dos mais emblemáticos da companhia.

A sua criatividade ajudou a criar a fantástica galeria de vilões do herói, sendo responsável pelo visual de vilões como Capitão Frio ou o Mestre dos Espelhos ou personagens secundários como Wally West e Irís West, passando ainda por heróis como o Homem-Elástico.


Isto fez com que Schwartz confiasse cada vez mais no artista e lhe entregasse outros trabalhos de responsabilidade numa altura tão importante para a companhia.
Na década de 60 ele fez um trabalho fantástico a cimentar o Flash como o rosto da revolução da Era de Prata, e o seu trabalho em Adam Strange mostrou todo o seu talento, com os seus cenários futuristas e traço simples e elegante que tornou o título o símbolo da Ficção Científica nos comics.
Em 1964 ele entrou para a revista do Batman, revitalizando a personagem dando um novo look ao herói e ao seu parceiro Robin. 

O seu design simples e moderno ajudou a que a revista ganhasse novo fôlego, salvando-a do cancelamento iminente. Não foi de estranhar por isso que em 1966, a DC oferecesse a ele o cargo de responsável por todas as capas da companhia, um lugar como director artístico que chamou a atenção da Marvel, com Stan Lee a oferecer-lhe mais dinheiro para que ele abandonasse a DC mas que o artista acabou por recusar.

A sua importância ajudou a que ele se tornasse o maior responsável na companhia, algo em que ele tentou o seu melhor numa altura não tão boa para os comics e que o fez tomar decisões arrojadas de modo a melhorar as vendas. Em 1971 ele era assim a cara da DC, ajudou a criar e/ou aprovar revistas de personagens pulp como o Tarzan ou o Sombra, a Saga do Quarto Mundo do Jack Kirby, ou a fase elogiada pela crítica que unia as personagens do Lanterna Verde e do Arqueiro Verde.

Ele abriu as portas à Marvel, colaborando com a editora para a criação do mítico crossover entre o Super-Homem e o Homem-Aranha e quando a Warner o substituiu como presidente da DC em 1976, ele voltou a ser um artista freelancer e pôde assim desenhar alguns títulos na Marvel.
Como artista conhecido por fazer um bom trabalho em títulos de Ficção Científica, ele foi uma escolha óbvia para a revista Star Wars, ajudando a que esta se tornasse um dos títulos mais vendidos da Marvel. Infantino trabalhou ainda em títulos como o Nova ou revistas mais urbanas como a Mulher-Aranha onde ele mostrou todo o seu talento inovando nas aventuras da heroína e quebrando algumas barreiras no layout de uma página de BD.


Em 1981 ele voltou para a DC, trabalhando na revista da Legião dos Super-Heróis e no revival do título Dial H for Hero. No final de carreira substituiu Marshall Rogers como o artista principal na tira de jornal do Batman e foi dar aulas de arte e design numa escola de renome nos Estados Unidos.

A sua marca na história da DC é inegável, mas nem por isso podemos esquecer que ele chegou a ter conflitos com a editora, como quando a processou em 2004 pelos direitos das personagens que ajudou a criar ou de algumas decisões que tomou à frente da companhia como a de redesenhar o Super-Homem de Kirby para que este ficasse mais ao estilo da DC. Mas isso não belisca a importância do arista no mundo da Banda Desenhada, e todos devemos apreciar a sua arte e o recordarmos por isso.




















































Texto de Hugo Silva

Para verem os outros artigos do Hugo Silva no Leituras de BD basta clicar no nome dele, para visitar o seu excelente blogue nostálgico cliquem no link em baixo:

Ainda sou do Tempo...

Boas leituras

10 comentários:

  1. Parabéns pela bela homenagem para esse cara tão especial, Hugo!

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  2. Muita coisa na DC não seria a mesma sem esse valioso artista! Que vá em paz!

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  3. Casi no he leído ningún cómic antiguo en donde participe Carmine Infantino, pero su nombre igual ha llegado hasta mis oídos. Su fama es inmortal, parece.

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  4. Foi deveras importante, conseguiu ser muito à frente no seu tempo!
    ;)

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  5. Oi, Nuno! Outra hora eu visit oo blog do Hugo - agora eu prefiro ficar aqui.rsrs...

    Poxa! Esse cara é praticamente um mito da banda desenhada dos super-heróis! Teve impotante histórico na DC, depoi colaborou com a Marvel e depois outras publicações ainda e depois ainda com a DC e teve polêmicas... aina bem que teve polêmicas, pois um artista de verdade, protege sua arte e luta para que mexam nela o mínimo possível. Se o artista nunca incomodar a ninguém, é sinal de que sua arte - que é sempre uma arte - é morna, boba. O que não é o caso em questão, pelo que li aqui.

    O cara cumpriu bem seu papel aqui na Terra. Só espero que outros venham, com essa mesma disposição em acrescentar coisas boas, pois o cneário de banda desenhada Marvel, DC e alguns outros está a precisar de talentos de verdade, como o que esse cara tinha.

    Uma pena pra nós, leitores! Mas, o "Departamento lá de cima" mandou ele subir, então tem que ir.

    Abraços.
    Tenha um bom final de semana.

    Fabiano Caldeira.

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  6. Belo texto Hugo Silva! Infantino é um artista memorável!

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  7. Obrigado a todos, eu realmente considero ele um grande artista mesmo, incrível como ele criou o design para duas das personagens mais fortes da DC naquelas décadas.

    E ele em Flash era mesmo fantástico, para mim até hoje poucos chegaram perto, em matéria de "transmitir" a velocidade da personagem vem-me à cabeça somente o Kollins.

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  8. Jorge Fernandes
    Sim, esta geração está toda a finar-se...
    :(

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