segunda-feira, 26 de agosto de 2013

A Palavra dos Outros: Estrelinha e Outras Páginas por Aida Teixeira


A Aida comprou um livro e quer partilhar a sua opinião. E como toda a gente que a conhece sabe, ela é sempre frontal e diz o que pensa... e ninguém a pode levar a mal por isso! É um hábito não comum socialmente.

O livro é Estrelinha e Outras Páginas de José Abrantes.
Uma edição de autor deste desenhador, mais conhecido pelos seus excelentes trabalhos na BD infantil, que aqui recupera alguns dos seus trabalhos que não se englobavam na BD infantil, mas que os decidiu partilhar nesta edição connosco.

Estrelinha e Outras Páginas

Acabei de ler “ESTRELINHA e outras páginas” do desenhador José Abrantes, que nesta obra, é também o autor dos textos, exactamente como o é na maioria livros de BD já publicados, mas direccionados para um público mais infantil (porque jovens, se quisermos, somos todos, até aos 120 anos).


Acho que é público o meu gosto por determinado tipo de desenho, o tal “linha clara”, e o José Abrantes faz parte desse leque de desenhadores de cujos desenhos gosto logo à primeira, adorei os 2 volumes do Homodonte que tenho (são 4 no total), história e desenhos.

Parece-me louvável que um desenhador, às vezes se aventure em estilos mais alternativos àquele a que habitua o “seu” público, mas… não percebi porque raio é que este livro é classificado como sendo para um público mais adulto. Porque mostra uma pila e mamas?

Para ser adulto tem de ter conteúdo realmente adulto, e este livro não tem, e para além de tudo tem de ser de fácil leitura, com letras que não nos aborreçam a vista (eu vejo mal – uso óculos), e fundamentalmente, tem de ter histórias credíveis, mesmo vivendo num mundo imaginário, as histórias têm de ser credíveis.

Bom, e agora vou analisar as histórias contidas neste livro de 52 páginas, três histórias no total.

Angstrom e Ribico

É uma história completamente inverosímil, lamento dizê-lo, mas é.

Então alguém está sentado, chega um desconhecido, diz “sou o teu melhor amigo” e esse alguém segue-o até ao fim do mundo, apesar de o “instinto” (só coloquei esta palavra para não fazer spoiler) lhe dizer para não ir?

E depois de chegado ao destino faz um discurso absolutamente bacoco, armado em “galanteador da avenida” a alguém que não conhece, cheio de palavras elaboradas, e dirigido – evidentemente – à parceira do “melhor amigo”?

Só vos digo: Mereceu o destino que teve.

O desenho, apesar de fugir ao que estou habituada, é bonito, e com um texto melhor, e melhor lettering, ganhava outra vida.

Estrelinha

Lamento muito, mas aqui não gostei, nem da história nem do desenho. Demasiado preto, parece-me que só existe para preencher a página que ficaria demasiado vazia se não estivesse, às vezes, quase totalmente preenchida a negro.

Já agora, os lábios vaginais, divergem de mulher para mulher, é certo, mas quando se retrata a mesma, devem ter sempre, e proporcionalmente, o mesmo tamanho. Acho eu, que não percebo um corno de desenho.

E fiquei com uma incerteza, afinal o sacripanta chamava-se Folapão, ou Fodapão? É que de página para página o nome vai variando…
























E quando algo é fofo, como a relva fresca, diz-se que é “fofinha”, e não “fufinha”.

“Fufinha” na minha terra significa outra coisa, pode ser sinónimo de “sapatão”, “camionista”, em suma, uma “lésbicazinha”.

Revisor precisa-se.

Cheia de Chuva

Aqui o José Abrantes está no seu registo, querendo, ou não, esta é uma história para crianças, e não é por estar apenas desenhada a preto que deixa de o ser.

E esta sim, dentro de um mundo de fantasia, tem lógica, e qualquer criança lhe acharia graça. Eu achei.

José Abrantes, esta não pretende ser uma crítica destrutiva, antes pelo contrário, pense no que escrevi, olhe para o livro com olhos de leitor anónimo, e faça uma auto-critica.

Texto: Aida Teixeira

E assim tivemos mais uma colaboração dentro da rubrica " A Palavra dos Outros". Para verem todos os artigos desta rubrica basta clicar no link em cima, para ver todos os textos da Aida Teixeira cliquem no nome dela!

Já sabem, quem tiver textos interessante com base na Banda Desenhada, e que os deseje ver publicados aqui no Leituras de BD, e só submeter para nmamado@gmail.com
Claro que existe um filtro, a ter em conta: o português e o interesse do assunto.

Boas leituras

2 comentários:

  1. Fabiano,
    Muito obrigado pela tua opinião.
    Sabes que até acredito que podes ter razão?
    Conheço o autor, apenas virtualmente, e falei com ele antes de publicar a minha opinião, e ele esclareceu-me algumas coisas que, até vão de encontro ao que tu dizes, e que podem ser vistas de outro prisma.
    Eu, como me habituei a vê-lo num registo de desenho, e histórias infantis, confesso não ter gostado muito das duas primeiras histórias, gostei da terceira.
    Vou voltar a ler daqui a uns tempos, quem sabe não mudo de opinião, e não volto a escrever sobre este livro? Mudo de opinião se tiver de mudar. ]:-)

    beijo d'enxofre

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  2. Boa tarde.
    Escrevi e desenhei estas histórias há uns bons anos, assim como outras que talvez um dia divulgue. Justificar e explicar porque as desenhei, numa rota quase de colisão com aquilo que geralmente faço, no plano da banda Desenhada é coisa, para mim, de mau artista. É como um contador de anedotas que depois de o fazer, passa a explicá-las. Nõ há nada pior para um serão de anedotas, e todala gente o sabe.
    Quero, todavia, agradecer não só quem dedicou o seu tempo a ler o livro, como a quem gastou o seu tempo aqui a opinar sobre o mesmo. A todos, muito obrigado.
    José Abrantes

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