Barbarella foi/é um ícone feminino na Banda Desenhada dos anos 60, com a particularidade de possuir uma elevada carga sexual para a altura. O seu sucesso foi tão grande que nos U.S.A. decidiram fazer um filme, onde o papel principal (Barbarella) era protagonizado por Jane Fonda.
De notar que este livro é considerado o primeiro livro de BD para adultos. O que existia anteriormente nunca teve um tratamento em papel como Barbarella, e como é lógico provocou um grande escândalo, sobretudo nos países Anglo-Saxónicos conhecidos pelas suas virtudes….Esta personagem da BD deixou marcas que foram bastante para além da BD, como o provam o grupo pop rock Duran Duran, cujo nome provem da personagem Durand, para além de terem feito uma música chamada "Electric Barbarella". Também Jamiroquai e a banda Capri têm músicas onde esta heroína é referenciada!
O autor deste sucesso foi o francês Jean-Claude Forest, conhecido entre nós pela obra “Os Náufragos do Tempo”. Este autor criou Barbarella com a intenção de ser um jogo privado e ser jogado entre ele e os seus amigos. Mas o sucesso foi tão grande junto do público francês, que rapidamente acabou por se transformar numa série de BD. Há quem diga que o modelo para a personagem foi Brigitte Bardot, que tinha sido casada com o futuro realizador do filme, Roger Vadim (que acabou também por casar posteriormente com Jane Fonda)!
Barbarella surge em 1962 como protagonista de uma série de BD erótica, publicada pela primeira vez na revista francesa “V-Magazine”, surgindo em álbum em 1964 (o ano em que eu nasci!). Este primeiro livro compilou as aventuras desta heroína que tinham saído na “V-Magazine”. Depois foram editados mais três livros:
- Les Colères du Mange-Minutes
- Le Semble-Lune
- Le Miroir aux Tempêtes
Barbarella após viajar pela Galáxia acaba por se despenhar no planeta Lythion.
Aqui Barbarella envolve-se em várias aventuras em vários pontos do planeta. Esta jovem com uma cara ingénua e angelical não se coíbe de usar o corpo para os seus fins! Seja para premiar um salvador, ou simplesmente para eliminar inimigos. Luta corajosamente contra monstros e tiranos, liberta povos da opressão e faz amor com quem deseja. Barbarella é assim!
É lógico que nos dias de hoje estes livros estão datados, mas o desenho acaba por valer a pena, pois apesar de ser simples, acaba por descambar em cenários verdadeiramente caóticos.
De notar que este livro saiu na época certa, pois esta foi uma altura em que as mulheres estavam em plena luta de emancipação, e Barbarella era uma mulher emancipada! Ela controlava a sua própria vida e não havia obstáculo que não fosse ultrapassado, fosse um ditador tirano, ou um monstro gelatinoso.
Vampirella e Zakarella são duas variações do nome Barbarella, tendo Vampirella tido bastante sucesso até aos dias de hoje! Quanto a Zakarella, esta é portuguesa, e tem blog próprio: Zakarella
Este livro é um marco na Banda Desenhada!
Boas leituras!
Softcover
Criado por Jean-Claude Forest
Editado em 1966 pela Groove Press
Nota : 7 em 10
Ora aí está uma obra que gostaria de apreciar em toda a sua dimensão, até pelo tanto que se tem falado dela ao longo dos anos. Pena é que nunca ninguém tenha pegado, pelo menos num primeiro volume para o publicar. E tenho a certeza de que as vendas até seriam boas, até porque existem muitas histórias à volta desta criação de Forest. Mas pelo que vi no teu texto, se quisermos conhecer um pouco melhor a dita Barbarella, só temos como hipótese comprar o tal volume em inglês no Ebay. E, se calhar até isso tem limitações... Um abraço.
ResponderEliminarJoão Amaral
ResponderEliminarTens os quatro volumes da série em francês!
;)
"Como novo" no e-Bay é mesmo "como novo". Nunca, mas nunca, comprei um livro no e-Bay a alguém que tenha essa informação e depois tenha ficado burlado. Já no Miau...as desculpas são "para a idade que tem, está como novo". Realmente o tuga espertalhaço tem uma ideia muito próprio das definições ou mesmo dos adjectivos que emprega para o favorecer. Lembro-me de um sujeitinho no Miau, um "amador" como ele se autodenominava, que eu concordo no seu mau sentido, mas um "profissional" da espertalhice: Ric_Hochett, agora Ric_Roland, que usava e abusava (se ainda o faz, desconheço) dessa defenição para livros com nomes escritos, capas vincadas, páginas amarelas, etc. Por vezes tudo isto no mesmo livro. Sem contar com outras vigarices, isto é.
ResponderEliminarEu gosto da Barbarella (porque será?). A Meribérica naquela série pequena (15 por qualquer coisa), publicou a Barbarella a cores. Este que aqui mostras tem muito mais qualidade. Parabéns, bela compra.
Refem
ResponderEliminarehehehhehe
O vendedor não disse que estava como novo... ele disse que estava NOVO!
E estava. Impressionante num livro com 45 anos! E mais impressionante foi o preço: 13EUR (sem portes incluidos, claro...). Normalmente estão todos "esmocados" a preços bem superiores.
Desconheço essa publicação da Barbarella em português!
:|
Barbarella realmente foi uma incrivel descoberta que fiz no mundo dos quadrinhos, e posteriormente adquiri quase tudo que havia dela no MercadoLivre. Tenho na minha coleção "Barbarella", de 1966, "Barbarella", de 1969 (a publicação brasileira),e os álbuns seguintes , "Le Semble-Lune" e "Les Coléres du Mange Minutes" estão chegando pelo Correio. Alguém aí tem o Le Miroir Aux Tempêtes?
ResponderEliminarAnónimo
ResponderEliminarApenas tenho o álbum apresentado. Como não sei francês fico-me por aí!
:)
Bom dia BONGOP. Perdão corrigí-lo mas o exemplar que você tem é republicação, a primeira publicação de Barbarella é de na verdade 1964, lançado pela editora Le Terrain Vague. Cujo qual foi censurada e relançada no ano de 1966. Dê uma olhada nesse livro original da Barbarella que encontrei : http://cgi.ebay.fr/J-C-FOREST-BARBARELLA-E-O-LE-TERRAIN-VAGUE-1964-/320860140562?pt=FR_JG_Livres_Bd_BD&hash=item4ab4c13412 . Gabriel
ResponderEliminarGabriel
ResponderEliminarNão tenha problemas em corrigir-me sempre que necessário!
:)
Mas neste caso eu nunca disse que a minha cópia era uma First Printing. Na realidade é uma Second Print da edição americana de 1966. E também é verdade que o original em francês editado pela Le Terrain Vague é de 1964, mas como não sei francês essa excelente edição de Barbarella não está nos meus planos para já, assim como outros posteriores que foram editados em francês e infelizmente nunca publicados em inglês... este que eu tenho foi o único.
Obrigado pela colaboração! Esteja sempre à vontade para comentar, eu agradeço!
;)
também houve uma edição portuguesa nos anos 80 (tenho os meus guardados numa caixa, já não me lembro da editora). procurem nos alfarrabistas!
ResponderEliminarMisato
ResponderEliminarPesquisei (não foi fácil) e descobri que saíram dos álbuns na colecção 16x22 da Meribérica:
A obra-prima (Le semble-lune), 1979, Álbum Meribérica [1983]
Os companheiros da Grande Arte (Les compagnons du Grand Art), 1981, Álbum Meribérica [1984].
Segundo estive a pesquisar nas edições francesas nenhum destes é o primeiro álbum da Barbarella. Gostaria de arranjar estes dois livros! Obrigado pela info!
:)
de nada!
ResponderEliminarbasicamente há aqui uma grande falta de informação e a grande maioria dos livros editados até ao final dos anos 80 (época até onde Portugal consumia quase tanta BD como em França) não têm muita informação na internet.
em alfarrabistas ou na livraria Pó dos Livros conseguem arranjar-se tesouros com alguma paciência, para recolher informação o melhor é consultar as edições do jornal Se7e, a TV Guia (tinha uma excelente coluna escrita pelo Vasco Granja) ou a antiga revista do Tintin.
Misato
ResponderEliminarFoi uma das razões da criação deste blogue quase há 6 anos, a falta de informação sobre livros dos anos 80/90. O consumo era grande mas não se sabia quase nada sobre o que tinha sido editado.
Varri uma série de edições desta altura, as mais importantes (e outras mais obscuras), mas falta muita coisa como é lógico...
;)