Hoje mais Spidey aqui no Leituras de BD. Não se esqueçam de que o jovem faz 50 anos e vai ter uma exposição no 23º Amadora BD só para ele devido a este facto.
Hugo Silva preparou este texto e estas imagens para vocês:
Homem-Aranha de Bill Mantlo e Al Milgrom
Desta feita vou abordar duas fases do Homem-Aranha que foram
publicadas na revista Peter Parker, The Spectacular Spider-Man, e que apesar de
nem sempre serem lembradas pelo público em geral, tiveram a sua importância na
vida do Aracnídeo.
Eu era um fã do trabalho de
Bill Mantlo na revista do Incrível Hulk da editora Abril. Gostava das histórias
com o Golias Verde e com o ciborgue Rom nessa revista, e por isso quando
agarrei numas revistas do Homem-Aranha da Abril e vi o nome dele na parte do
argumento, decidi começar a comprar também essa revista.
A fase de Mantlo abordava muito da sua vida no campus da Universidade, a relação do herói com a Gata Negra, e confrontos muito interessantes com alguns vilões do cabeça de teia. Lembro-me de ter adorado a revista em que ele enfrentava o Bumerangue, das histórias que envolveram uma disputa entre o Coruja e o Doutor Octopus e que atormentaram muito a vida do Aranha, ou do aparecimento do Manto e Adaga.
A arte de Ed Hannigan, casava bem com o estilo das histórias ali apresentadas e as capas dele eram quase sempre bastante interessantes, em especial quando envolviam a Debbie Whitman, uma personagem secundária que teve algum destaque nesta fase, assim como a relação do herói com a Gata Negra.
A
história em que Peter Parker conta a Debbie Whitman que ele é o Homem-Aranha
foi uma grande história! Prova o talento de Mantlo nesse aspecto de
desenvolvimento da relação do herói com o seu elenco secundário. Mantlo saiu do
título depois de 3 anos (de 1977 a 1980) a escrever as aventuras do amigão da
vizinhança, algumas dessas histórias com a colaboração de Roger Stern, e que
nem sempre é relembrada pelo público quando se fala de fases de escritores
importantes para a vida do Aranha.
Quem o sucedeu no título foi o artista Al Milgrom que a partir da edição #91 começa a escrever e a desenhar as histórias do Aranha (sendo que em algumas histórias a arte fica a cargo de Herb Trimpe), que eram mais surreais do que aquilo que o pessoal estava habituado.
Não sei se por ser ainda adolescente, mas eu até gostei das histórias do Milgrom à frente do Aranha, elas eram divertidas e interessantes, com a entrada em grande do Kingpin na vida do nosso herói, e aprofundando a relação do Rei do Crime com a Gata Negra e as consequências disso para a vida do escalador de paredes.
A sua primeira edição mostra uma história algo comovente, com o vilão Blob a destruir a cidade devido a estar triste com a morte do seu amigo, e vemos como o nosso herói não consegue fazer nada fisicamente para impedir essa destruição, e é apenas com uma conversa da Gata Negra com o vilão que as coisas chegam ao fim. Este fica apenas sentado no chão a chorar pelo seu amigo.
Milgrom
começa então a mostrar-nos que o Rei do Crime estava muito interessado na
relação entre o Aranha e a Gata e envia um vilão desconhecido, o Resposta, para
avaliar melhor a profundidade dessa relação e como estavam os poderes da Gata
(que mais tarde percebemos que tinham sido dados pelo próprio Rei do Crime). O
vilão consegue ser bem sucedido nos confrontos com o casal, assim também
ficamos a perceber como os poderes da Gata funcionam numa luta, e como estes
começavam também a afectar o herói.
Isto porque quando eles discutiam, o Aranha tinha sempre alguns momentos de muito azar, como o saltar de um prédio e enganar-se na posição do braço para que as teias saíssem direitas e o ajudassem a balançar de um prédio para o outro, ou o tropeçar em algo de uma forma quase absurda.
O
autor recupera a dupla Manto e Adaga numas histórias que envolviam o
ressuscitar de um vilão e termina a sua fase com uma história super divertida
onde o Aranha enfrenta um vilão ridículo e absurdo chamado Mancha, que mesmo
assim chega a dar muito trabalho ao cabeça de teia.
Devido ao tom das histórias de Milgrom, este é afastado depois da edição #100 pelo editor Jim Owsley que não gostava do rumo que o escritor estava a tomar, em especial com os vilões que ele apresentava como adversários do Aranha.
Não foi uma daquelas fases que fica na memória de todos, mas eu diverti-me muito com estas histórias do Milgrom e acho que se adequavam um pouco à imagem que temos do herói como uma personagem divertida e que enfrenta os seus inimigos com uma boa dose de humor.
Ficamos à espera do próximo texto do Hugo Silva Como é de costume fica aqui o link para o blogue dele: Ainda sou do Tempo...
Boas leituras
Suas resenhas são ótimas, Hugo, antes mesmo do carinho pelo site e o amor pelo personagem, fui arrastado para cá pelo nome Bill Mantlo! Salve!!!
ResponderEliminarSempre gostei desta fase com a Gata Negra a possuir o poder do "azar"!
ResponderEliminarLOL
Eles tropeçavam, desiquilibravam-se, caiam... lol
Foi bom, diverti-me bastante com este Aranha!
:)
Quem não amou esta fase do Spidey? Roteiristas que sabiam o que queriam fazer, histórias boas e divertidas. Bem, alguns vilões eram duvidosos mas cumpriram seu papel.
ResponderEliminarParabens pela (sempre) ótima resenha!
Esta resenha e as imagens de capa e tiras que a acompanham fazem-me, inevitavelmente, recuar à minha juventude (e antes mesmo disso). Tempo esse em que vivia "vidrado" no universo dos super-heróis. Desde então deixei de acompanhar esse mundo particular, mas de cada vez que vejo uma capa ou trecho de alguma história dessa altura, não consigo evitar um suspiro nostálgico. E por momentos sinto-me bem. Triste, um pouco, mas bem.
ResponderEliminarNão acompanhei está fase, mas as histórias citadas parecem ser bem divertidas!
ResponderEliminarCarlos a intenção é um pouco por aí :D quem viveu e acompanhou estas fases é impossível não se recordar com um sorriso nos lábios :D mission acomplished.
ResponderEliminarObrigado Venerável Victor e Alex, eu era bem fã do Mantlo, para mim a fase dele no Hulk é a melhor do verdão
Ótimo texto Hugo.
ResponderEliminarHomem Aranha não é um dos meus personagens preferidos, e entre as fases citadas no texto eu prefiro a do Bill Mantlo.
O meu irmão era vidrado no Aranha mas eu não ligava muito (devido a grande parte do tempo ele ter mais azar do que era natural). Mas quando aconteceu esta fase eu comecei a prestar mais atenção. A capa do 'Mancha' trouxe-me boas memórias :) Hugo Silva o Mancha ridiculo? Ai se ele ouve :D O homem tinha uma dimensão própria (não era?) e criava buracos dimensionais a partir do próprio corpo (ou era ao contrário?) Que pena ele ter desaparecido, porque falando mais a sério, os poderes dele poderiam ser bem perigosos se ele não quisesse ser apenas um ladrão (?) (se bem me recordo). Grande texto :) Ainda sou do tempo deste Homem Aranha ;)
ResponderEliminarLuis Sanches
ResponderEliminarDesculpa mas o aspecto do Mancha é muito ridículo... e o poder dele muito rebuscado. Mas a história foi bem divertida!
:D
Nuno, ele não devia chamar-se mancha. Com o corpo assim ele devia era chamar-se O Dalmata :D:D
ResponderEliminarA fase Mantlo/Milgrom não é de maneira nenhuma o que eu chamaria de memorável. Não que fosse má, mas eu preferia as histórias do Amazing de Tom DeFalco e Ron Frenz.
ResponderEliminarLuis Sanches
ResponderEliminarLOL
:D
Paulo Costa
Áhhh... eu achei esta fase muito divertida!
Se é memorável não sei, que fez as minhas delícias há algumas décadas, sim!
:P
A fase do Migrom eu lembro-me bem,O Mancha era bem ridiculo como outros viloes mas os azares do Aranha,eram bem engraçados.
ResponderEliminarOptimus
ResponderEliminarFoi uma fase divertida do Aranha!
;)