Paulo Costa traz-nos hoje uma personagem que me é muito querida por ser o lider de um grupo que me deu grandes aventuras há poucos anos: Star-Lord (e o grupo Guardians of the Galaxy).
Aqui têm a história desta personagem:
A vida e a história de Peter Jason Quill
Tal como no meu texto anterior sobre “O Mundo Desolado”, o material que vou apresentar a seguir só está disponível para quem tiver a paciência de procurar nas bancas de material usado… ou em torrents.
No recente caso amoroso da Marvel com histórias cósmicas, um dos meus heróis preferidos regressou ao activo: Star-Lord, ou Senhor das Estrelas. Peter Quill não foi originalmente criado para fazer parte do Universo Marvel, aparecendo numa das várias revistas a preto e branco lançados nos anos 70 com o selo “for mature readers”. A Marvel publicou apenas nove histórias de Star-Lord entre 1976 e 1981, a preto e branco, mas também a cores. Mesmo assim, são mais de 300 páginas.
O Senhor das Estrelas passou por várias personalidades. A primeira fase começa com Marvel Preview nº 4 (1976), escrita por Steve Englehart, onde Peter Quill recebe as suas habilidades e o posto de Senhor das Estrelas do Mestre do Sol. Quill é um pouco equiparado a uma figura messiânica, mas quando a sua mãe é morta por um extraterrestre, Quill fica obcecado com ir para o espaço.
Anti-social, dado a ataques de fúria, é preterido pela NASA para uma missão especial mas isso não impede uma entidade misteriosa chamada Mestre do Sol de lhe dar um uniforme, capacete e arma elemental com a qual pode dar corpo à sua vingança. Englehart deveria ter lançado uma revista do Star-Lord, mas o título nunca foi lançado.
Isto dá origem à sua primeira mudança de personalidade. Da segunda vez em que aparece, Chris Claremont é responsável pelas histórias. Esta história mais aventureira, que foi republicada em Heróis da TV nº 70 e 71, apresenta um Peter Quill completamente diferente. O sociopata mostrado quase dois anos antes deu lugar a um guerreiro honrado, defensor da justiça, mais calmo e controlado, o que até é bom, já que nas mãos do seu criador, seria impossível alguém gostar de Quill. Com “A Guerra das Estrelas” a rebentar nos cinemas e com Byrne aos comandos da arte, a nova história apresenta um império intergaláctico, uma guilda de comerciantes, naves espaciais com capacidades de “planet buster” e uma inteligência artificial ligada mentalmente ao herói da história.
Nas histórias seguintes, Byrne dá lugar a Carmine Infantino, enquanto Claremont aposta numa temática de ficção científica mais pura, explorando a relação sentimental do Senhor das Estrelas com a sua nave e a tentativa de Peter Quill em salvar vidas e resolver problemas sem recorrer a violência e à destruição.
Infelizmente, Claremont foi-se embora e em 1978 foi a vez de Doug Moench pegar na personagem. Moench faz Peter Quill parecer mais amoral, mas a segunda história de Moench, com alienígenas a usarem ilusões sensoriais para parecerem refugiados humanos como disfarce para uma eventual conquista, tinha algum interesse. Infelizmente, Moench reduziu o papel da Nave a um simples veículo de transporte.
Moench ressuscitou o Senhor das Estrelas para três histórias publicadas em formato tradicional de comic, já fora das revistas grandes (que não precisavam do selo do Comics Code Authority), tentando unir as diferentes personalidades numa só. Ao mesmo tempo, Moench conseguiu entender melhor o potencial da personagem e misturou ficção cientifica e ocultismo, mas depois de 1981 não surgiram mais histórias.
Foi preciso esperar até 1996 para que o Senhor das Estrelas voltasse, mas já não era Peter Quill. O escritor de ficção científica, Timothy Zahn, foi responsável por uma mini-série em que a Nave, danificada e separada de Peter Quill, une-se a um jovem membro de uma ordem militar-religiosa de telepatas, chamado Sinjin Quarrel. A história é bastante mais básica do que se poderia esperar de um romancista, envolvendo gangsters e um simples rapto dos pais de Quarrel.
Carlos Pacheco e Keith Giffen eram suficientemente fãs do Senhor das Estrelas para os usar. Pacheco trouxe de volta a Guilda de Comerciantes e o Jason de Sparta (pai de Peter Quill) na mini-série dos Inumanos de 2000 (já os tinha incluído num cameo na mini-série dos Starjammers, ou Piratas Siderais, em 1996), e Giffen introduziu definitivamente Peter Quill no Universo Marvel quando escreveu a revista mensal de Thanos, abrindo caminho para a sua utilização na série de super sagas cósmicas que começou com “Annihilation”.
Espero que tenham gostado deste momento, Star-Lord foi reutilizado com sucesso a partir de Annihilation, ganhando uma série: Guardians of the Galaxy. Nesta série ombreia em protagonismo com Rocket Raccoon, Groot, Mantis, Drax the Destroyer, Gamorra e Adam Warlock. Peter Quill era o lider! Para mim a última grande série da Marvel...
Tô ligado, esses cara aparece no Avengers MHW.
ResponderEliminarBelo texto Paulo Costa.
ResponderEliminarO Senhor das Estrelas é um personagem que me agrada muito.
Sua participação em anaquilação foi bem significativa e os Guardiões da Galáxia foi um título fantastico que no Brasil não foi bem aproveitado pela Panini.
Ótima matéria, rapaz! Sim, também adoro o StarLord e SIMMMM!!! Guardiões da Galáxia foi a maior série da Marvel dos últimos tempos!
ResponderEliminarNem mais,
ResponderEliminarToda a Annihilation e Guardians of the Galaxy foram séries bem escritas, bem desenhadas, com humor: o Rocket Raccoon é impagável!
Paulo,
Bom texto!
Tens as magazines/comics originais ou os cbr's?
Toda a gente aplaude Guardians Of The Galaxy. Não entendo porque é que essa série foi cancelada, ou melhor, até entendo, visto não ser muito comercial, apesar do sucesso que teve. Estou a ler Annihilators e não é a mesma coisa. Apesar de ter uma história do Rocket Raccon e Groot, a homenagear a equipa e o Quill, continuo a sentir uma ponta enorme de tristeza sempre que me lembro do final da Thanos Imperative...
ResponderEliminarCBR, infelizmente. Tenho uma Marvel Preview física, mas não tem o Star-Lord.
ResponderEliminarTambém fiquei fã do Rocket com o GotG, mas há menos material anterior dele. Além do Hulk #271 e da mini-série, faz parte da elenco de "Sword in the Star", uma back-up que aparece em Marvel Preview #4 e #7. Era para ter continuado na revista p-b bimestral do Star-Lord, que entretanto não foi lançada. O Bill Mantlo reaproveitou algum material nos Micronautas, mas essas histórias já não foram publicadas no Brasil.
Muito bom conhecer melhor este personagem, ótimo texto!
ResponderEliminarStar Lord é um dos poucos personagens espaciais consistentes da faceta Cósmica da Marvel.
ResponderEliminarPaulão Fardadão
ResponderEliminarEntão fica ligado!
:D
João Roberto
Foi em Aniquilação que eu comecei a gostar mesmo do Star-Lord, e depois disso não perdi pitada!
:)
Venerável Victor
Foi uma boa série sim! Bem dinâmica e muito divertida!
:)
André Azevedo
ResponderEliminarAnnihilation e Guardians of the Galaxy (assim como Nova) foram uma pedrada no charco na linha Marvel cósmica, que andava muito fraquinha...
Foi bom revisitar o passado de Peter Quill!
;)
Daniel Martinho
Sim, também não percebi porque carga d'água cancelaram a série. Não acredito que desse prejuízo. Esta é parte estúpida do mercantilismo... não se cancela porque apenas porque dá prejuízo, cancela-se porque não dá o lucro desejado...
Annihilators não experimentei...
:\
Guy Santos
ResponderEliminarFoi bom porque muita gente só conhece o Star-Lord pós- Annihilation.
;)
Alex D'ates
Consistente consistente não sei se é, visto que já mudou tantas vezes de personalidade. Agora importante na linha cósmica da Marvel é com certeza!
;)
Nuno, a mudança de estilo de arte radical e o modo superficial como as premissas foram tratadas levaram a que as duas mini-séries de Annihilators fossem fraquinhas.
ResponderEliminarA primeira ainda vale por trazer de volta os Espectros, mas a segunda trata o conflito entre a equipa de powerhouses e o ressuscitado Magus como uma simples batalha de luta livre.
Guy Santos, ainda bem que gostaste. Lembro-me bem das poucas histórias do Senhor das Estrelas que foram publicadas nos anos 80 pela Abril (um HTV, uma Aventura & Ficção e um tapa-buraco em SAM) e sempre quis saber mais sobre ele. Depois de descobrir quis partilhar o que descobri.
Esta não deve ser a única história fora do Universo Marvel (o Star-Lord não fazia parte do Universo Marvel antes da revista mensal do Thanos) sobre a qual quero escrever. Tenho planos para escrever sobre Weirdworld, a resposta da Marvel ao título independente Elfquest.
Paulo Costa
ResponderEliminarAinda bem que fizeste este post. Grande parte das pessoas só conhece esta personagem desde Annihilation!
Quanto a Annihilators tive muita vontade de comprar... mas reprimi os impulsos porque pareceu-me uma "imitação" barata de Guardians of the Galaxy. Mais valia terem continuada a série que teve sucesso, e que foi cancelada nunca percebi bem porquê...
Quanto a Weirdworld era fixe que fizesses, visto que eu tenho duas reviews muito antigas de Elfquest:
http://bongop-leituras-bd.blogspot.pt/search?q=Elfquest
:)
Bem ainda não conheço Guardians of the Galaxy ou mesmo o personagem Star-Lord (pelo menos que me lembre), mas por muito bom que sejam, troco tudo pelas duas capas que são mostradas no post. Aquele tipo de Sci-Fi já não volta, e que saudades tenho. As capas estão fenomenais e fizeram-me logo querer mergulhar na aventura que se passa nessas revistas :)
ResponderEliminarAnnihilators, pelo menos, segundo o primeiro arco, são uma cópia barata e rasca de GoG. Não dão metade do gozo de ler como a equipa anterior...
ResponderEliminarLuis Sanches
ResponderEliminarGuardians of the Galaxy foi uma série que saiu "disparada" da mega-saga Annihilation! E foi excelente, do que mais gostei nos últimos anos na Marvel. Estão 3 livros publicados dessa série, e eu recomendo.
;)
Daniel Martinho
Pois, foi o que me pareceu, por isso não me meti em compras...
:D
Tanto é que só saíram dois tpbs e parece-me que ficaram por ali...
ResponderEliminarDaniel Martinho
ResponderEliminarMais valia terem continuado a série Guardians of the Galaxy, do que tentarem impingir as mesmas personagens numa nova série à pressão!
:|
Exactamente!
ResponderEliminarConvém frisar, sempre que possível, que GoG foi das melhores coisas feitas nos últimos anos pela MArvel!
Daniel Martinho
ResponderEliminarSubscrevo!
:D