terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A Palavra dos Outros: 1986 - O Melhor Ano dos Comics (Parte I) por André Azevedo


Mais uma novidade nesta rúbrica.
André Azevedo estreia-se no Leituras de BD a falar de 1986, que que considera o melhor ano de sempre dos comics.
Esta premissa irá ser desenvolvida detalhadamente em posteriores crónicas pelo André Azevedo.
Venham elas, porque é uma premissa interessante, e passível de discussão!
:)

1986: O Melhor Ano dos Comics

Todos os fãs (aka Geeks, onde me incluo mas ainda com um pé bem assente na realidade) de Comics sabem que o melhor ano de sempre em termos de qualidade de títulos publicados foi 1986, certo? Certo!

Mas para que não haja dúvidas, e nesta nova crónica aqui n’A Palavra dos Outros do Leituras de BD, irei regularmente analisar a razão de ser desta afirmação, que se La Palisse estivesse vivo e lê-se comics com certeza também faria.

Em 1986, entre todas as editoras activas, apareceram 183(!) novos títulos, fora os quase 300 que já estavam em circulação.

Desses refiro apenas alguns publicados pelas duas maiores editoras; Marvel e DC Comics: Watchmen, Dark Knight Returns, Man of Steel, Action Comics, Metalzoic, Elecktra Assassin, The Shadow, Roots of the Swamp Thing, The Nam, Classic X-Men, Legends, The Punisher, The Question e Deadman. Só com esta impressionante lista, e se adicionarmos os autores envolvidos na sua criação: Alan Moore, Frank Miller, Dave Gibbons, John Byrne, Kevin O’Neil, Bill Sienkiewicz, Howard Chaykin, Len Wein, Berni Wrightson, Dough Murray, Michael Golden, Dave Cockrum, Klaus Janson, Mike Baron, Denny O’Neil e José Luis Garcia Lopez, o assunto já ficava definitivamente arrumado.

Mas 1986 foi também o ano escolhido pela DC Comics para comemorar os seus 50 anos e nada melhor do que arrumar a casa e pôr fim a uma cronologia cada vez mais contraditória, que confundia e afastava os leitores. A primeira Crisis on Infinite Earths, criada por Marv Wolfman e George Pérez foi um sucesso de vendas e um projecto artisticamente superior e arrojado numa época em que a morte de um personagem ainda era realmente um acontecimento.


Se a DC reorganizava, pela primeira vez, o seu universo, a Marvel, para assinalar os 25 anos da sua era moderna, criava um inteiramente novo, o New Universe, onde apresentou conceitos inovadores mas que não foram devidamente explorados. Noutro quadrante Frank Miller escreve mais duas grandes histórias que marcam definitivamente Daredevil como uma das principais personagem da editora: Born Again, com o insuperável David Mazzucchelli e Love and War, a Graphic Novel ilustrada pelo grande Bill Sienkiewicz (já pareço o Stan The Man Lee, com tantos adjectivos...).

No mercado alternativo, e à boleia da proliferação de comics independentes a preto e branco, iniciou-se a publicação da influente Dark Horse Presents e é editado pela primeira vez em álbum o seminal Maus do Art Spiegelman, obra que ganhou um Prémio Pulitzer e que, devido à grande atenção que gerou por parte de Imprensa, possibilitou a abertura em definitivo do mercado livreiro à venda de BD.

Mas como nem só de comics vive o Homem, por cá as várias editoras no mercado, Meribérica, Edições 70, Edinter, Verbo e a Editorial Futura, entre outras, asseguravam a publicação de grandes autores europeus: Bilal, Moebius/Jean Giraud, Hugo Pratt ou Manfred Sommer, e recuperavam alguns autores clássicos americanos com Hal Foster e Al Williamson.

Ainda se podiam encontrar nas bancas o Mundo de Aventuras, O Falcão e o Jornal da BD; no Se7e o nosso Fernando Relvas era publicado regularmente e uma das mais bem-humoradas BD’s que já li, Jim del Mónaco, é editada pela Editorial Futura. Sempre acompanhado da sua Gina(!) del Mónaco era um aventureiro europeu criado por Tózé Simões e Luís Louro, e que parodiava o tom paternalista de séries clássicas como Jim das Selvas ou Tarzan. De tanto ler este primeiro álbum as páginas destacaram-se todas da lombada!

























1986: O Melhor Ano dos Comics! Ainda há dúvidas?

Texto: André Azevedo

Espero que tenham gostado desta primeira intervenção, será com certeza a primeira de muitas!

O André Azevedo possui um excelente blogue de BD chamado "BD no Sotão". Convido-vos a visitar esse bom espaço de Banda Desenhada, basta clicar no seguinte link:

BD no Sotão

Boas leituras

45 comentários:



  1. Muitas, mas mesmo muitas saudades tenho do Jim del Mónaco!! Tenho as reedições em HC, a cores, e não me importava mesmo nada, mas mesmo nada que saíssem mais uns àlbuns. Material muito bom!!

    Cumps,
    Francisco Quintana

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  2. Francisco Quintana
    Olha, se há alguma coisa pela qual eu nunca passei os olhos foi o Jim del Monaco. Não sei bem porquê... toda a gente me diz que é fixe! Nunca se proporcionou!
    :P

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  3. Até me chegou uma lágrima aos olhos. Não é saudosismo absoluto, apenas um bocadinho de nostalgia. Lembro-me da má (péssima) qualidade dos comics (papel, impressão, etc.), da dificuldade em arranjá-los e do preço...nhica-se, o preço! Graças a Deus pelo quadrinhos da Abril e da Vecchi. Mas confesso saudade da quantidade de publicações portuguesas e da sua diversidade. Tudo tem o seu tempo e lugar, raras são aquelas que dessa época ainda hoje resistem (a Heavy Metal, talvez): não imagino o Falcão hoje, no formato e qualidade de outrora; mas deliciaria-me por um "Mundo de Aventuras" exactamente igual.
    Foi nesse tempo que se começou a assistir à mudança de conteúdos nos comics, a um apelo mais adulto há semelhança daqueles na Golden Age onde o terror, o crime, o fantástico eram Reis. Foi bom assistir a tudo isso em primeira mão; foi mau assistir ao desaparecimento da muito rica quantidade e qualidade das nossas publicações, de verdadeiros amantes da BD que trabalhavam duro para trazerem BD para as bancas (e, claro, para ganharem dinheiro).
    O Louro e o Simões...que grande dupla com o seu Jim (com nariz de cão) e a Gina (hehe) deste; o Mistério dos Templários (muito bom, também); a ASA fez um excelente trabalho em editar esse trabalho com a merecida qualidade.
    Obrigado por este post.

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  4. Refem
    Este post é um de vários, pois o André quer desenvolver a ideia ao pormenor: 1986, o melhor ano dos comics!
    Ainda bem que gostaste e ficaste com uma lágrima no canto do olho.
    :D

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  5. Francisco Quintana,

    Acho mesmo que se o Jim del Mónaco fosse publicado hoje, ainda era das melhores produções de BD nacional.

    Nuno,

    Tens mesmo de ler o del Mónaco e tenho a certeza que vais gostar!

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  6. Refem

    É bom saber que este primeiro texto conseguiu trazer-te boas recordações e espero que os “mais novos” sintam curiosidade em ler estas séries fundamentais na História da Banda Desenhada Mundial (a sair para o ano pelo Circulo de Leitores em 20 volumes!!!)
    Eu não preciso recordar-me da atractiva péssima qualidade (sim, é uma contradição mas é como é) dos comics dessa época porque ainda os compro. Na passada semana, por exemplo, foi uma série de comics do Daredevil incluindo o arco Born Again completo (!!!).
    Só de imaginar uma banca de 1986 nos dias de hoje…revistas nacionais, brasileiras, francesas, espanholas, americanas… e uma ida à Bertrand era como ir a um templo procurar sabedoria.
    A Asa estava em grande, mas a Editorial Futura em edições a preto e branco era imparável. Tínhamos uma Antologia da BD Clássica e uma Antologia da BD Portuguesa. E editada o Moebius a cores.
    Na época o Jim del Mónaco tinha tudo para ser internacionalizado e sair por exemplo na Cairo da Norma Editorial e a cores daria ainda hoje um excelente comic nos states, na Dark Horse talvez…

    E a História da Banda Desenhada Mundial em 20 volumes era tanga, claro, onde já se viu no nosso país sair uma coisa dessas…

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  7. Fantástico este artigo André.
    Já sabia que este ano tinha sido uma boa "colheita"..
    Mas existiram outros quase tão bons como estes (nos inicios e meados dos 90).
    Elektra: Assassin - Fabuloso mesmo
    The Shadow - Incrivel
    Meltalzoic - MUITO BOM..
    Watchmen - Bom
    Dark Knight - Suficiente
    Born Again : Fantabulástico:)
    Maus : 5 stars:)
    Ainda hoje em dia adoro as edições feitas desses tempos...
    A qualidade do papel... Os anúncios nos comics...
    Tudo um pouco, guardado com alguma nostagia:)
    No mercado nacional destacava o papel da meribérica que era e as edições 70 que fizeram coisas formidaveis para a altura.
    E a fitura com o Torpedo entre muitos outros?
    Era um mundo de aventuras:)

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  8. André Azevedo
    História da Banda Desenhada Mundial em 20 volumes
    ahahahahahha
    (Credo)
    Se um dia topar com eles e tiver orçamento eu experimento o Jim del Monaco...
    ;)

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  9. Creio que quem tem menos de 30 anos, não percebe a referência à Gina
    lololololol

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  10. pco69
    Estás a falar da Gina "fotonovela"??
    :P

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  11. Sem dúvida uma excelente colheita esta dos anos 80. Fiquei curioso em continuar a seguir esta "viagem no tempo"

    Não fazia ideia que essas obras eram todas de 1986. claro que fazem parte da "Dark age of comics" período tão prolífico nos comics.

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  12. Loot
    Também estou à espera dos desenvolvimentos deste "1986" do André Azevedo.
    Isto foi apresentado agora na "generalidade", falta na "especialidade" (tipo o orçamento de Estado...)!
    :D

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  13. Oportuna, bem estruturada e interessante peça, esta do André Azevedo. Julgo mesmo que ela resulta de uma pesquisa comparativa entre as publicações de BD a nível nacional e internacional, o que só é acessível a quem goste mesmo de BD e possua conhecimentos para se lançar neste género de escritos.
    Em 1986 encontrava eu o Luis Louro e o Simões com o director da Futura (Dr. Chaves Ferreira), o Jorge Magalhães (Mundo de Aventuras e também coordenador da Futura), Geraldes Lino e outros, nas tertúlias de BD às quintas feiras, na Júlia ou Gina (não a do Del Mónaco) do Parque Mayer.
    Concordo que o Mundo de Aventuras foi das melhores e mais bem conseguidas revistas de BD em Portugal, muito generalista nos conteúdos, principalmente na fase do Magalhães, um editor que conhecia e conhece muito bem a BD em geral.
    No Jornal da BD colaborava o Lino, se não me engano e, apesar de o papel ser fraco e a impressão ser "desconjuntada" em termos de cor, foi uma altura muito boa para a BD.
    O Falcão, apesar de grandes enchentes do Major Alvega, era uma revista coleccionmável e agradável, através de uma boa leitura de 2 vinhetas por página, com balões impressos.

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  14. Saudações bedéfilas,

    1986 o melhor ano dos comics, não sei, mas só pelo Maus e o Watchmen é bem capaz. De resto, estou a espera dos outros títulos em destaque desse ano lol.
    O Daredevil born again é bastante bom, mas o meu preferido é o yellow, o Dark night returns no thanks, para mim o batman year one é o melhor que li até agora.

    De resto, gosto bastante do trabalho do Luis louro, a saga do corvo é por assim dizer desconcertante, só não gostei muito do terceiro volume. O Nuno Markl como argumentista não esteve na minha opinião à altura do desafio.
    O jim del Mónaco faz lembrar o estiloso Freddy Lombard do Chaland.

    Blaise


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  15. Loot,

    Os anos 80 foram o renascer desta arte A Dark Age of Comics (bom titulo para uma nova série de textos!) veio a seguir, nos anos 90, com a Image e afins.

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  16. Nuno,

    A Gina é fotonovela????
    Essa até a mim dá vontade de "lolar"
    Na altura a Gina foi a rua sésamo do porno em portugal. Tá tudo dito!

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  17. Por isso já sabes Nuno: para a próxima é uma dose de del Mónaco com Ginas à parte.
    :)

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  18. Santos Costa,

    Obrigado pelas palavras!
    Conhecimentos é "naquela", mas que gosto tanto de ler BD como de ler sobre BD é um facto.

    E bom comentário o seu, com uma adenda na primeira pessoa. Devia escrever mais sobre as suas vivências bedéfilas e não "apenas" comentar.

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  19. Bacchus,

    Sim a Edições 70 a publicar o Corto Maltese!!!

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  20. Blaise,

    Para mim o Batman Year One também é bem superior ao Dark Knight, mas como começou a ser publicado no nº 407 do Batman em logo em Fevereiro de 1987, adivinha em que ano é que foi pensado e criado pelo Miller e o Mazzucchelli? 1986.

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  21. André Azevedo
    Então... se a Gina não era uma fotonovela, era o quê???
    :D

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  22. André a idade negra num livro da DC editado pela Taschen vinha englobado nos anos 1984-1998, daí a minha menção. Porque apanham o dark knight returns, o watchmen, sandman, etc.

    O Year One é um dos melhores livros do Batman, aquela dupla é fenomenal. Mas eu também adorei o Dark Knight returns, ando a ver que não é tão amado como eu pensava :P
    Já li estes livros há tantos anos que está mais que na altura de lhes pegar outra vez, para ver como envelheceram (ele ou eu).

    abraço

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  23. Loot
    Ora... eu gosto dos dois. Cada um à sua maneira, mas ambos me encheram!
    Estou a falar de Dark Knight Returns e Batman: Year One.
    :)

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  24. Nuno,

    "...se a Gina não era uma fotonovela, era o quê???"

    Era a Sebenta de bolso de muito boa gente :)

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  25. Loot,

    Estás a referir-te ao MÓVEL editado pela taschen, o 75 Years of DC Comics? Se for esse não o comprei, porque além de ser caro para o meu bolso também não tenho casa para o ter, e nem no sótão cabe...

    Mas como é que se pode considerar a idade negra entre 1984 e 1998???
    E desde logo: o que é que foi editado em 1984 para este ser considerado um ano negro?
    E em 1999 os comics deixaram as trevas?
    Hummmmm....

    Loot, onde viste essa indicação é referida alguma razão para isso?

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  26. Nuno,

    Eu considero o Dark Kinght uma grande obra que só perde mesmo para o Year One.
    Mas concordo que têm motivações e objectivos diferentes e por isso não comparáveis.

    Loot,
    Como sabes uma obra de arte, qualquer uma, se for vista/lida/ouvida à luz do contexto em que foi criada, dará algo mais ao seu público.

    Por isso se vais reler o Dark Knight, então lembra-te do contexto em que foi editado... os EUA estavam em plena presidência musculada do Reagan e proliferavam os rambos de pacotilha no cinema...

    Boas leituras...com bastante luz (sempre quis fazer um trocadilho destes :)

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  27. É nesse móvel sim senhor.

    Mas não te sei tirar as dúvidas porque só consultei o livro uma vez para tirar uns apontamentos (tinham-me pedido para o publicitar e não podia dar aquela quantia por ele).

    A única coisa que me recordo é das datas e de algumas obras mencionadas (porque foi o que escrevi).

    Mas há quem não faça menção a esta dark age e a englobe na modern age of comics, se não estou em erro.

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  28. Loot,

    Vou ver então se consigo apanhar essa referência e saber o porquê.

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  29. Just my 3 cents... isso do dark age não se refere ao facto dos heróis (e respectivas histórias) terem ficado mais violentos/adultos/maduros? Grim'n'gritty? Tenho ideia de ser imputado a Watchmen/Dark Knight o início dessa fase.

    Cumps,
    Francisco Quintana

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  30. Eu penso que é exactamente isso Francisco. Fiquei agora mais curioso foi com a data que deram como fim dessa "age", o porquê de 1998. Mas deve haver alguma razão.

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  31. Concordo perfeitamente que 1986 é um excelente ano para a BD, mas para os apreciadores de BD americana, nós não tínhamos percebido. É que a Editora Abril só tinha começado a lançar o material de 1986 entre um e três anos depois. Das edições brasileiras, o único avanço numa direcção mais adulta foi com Epic Marvel. E também faltava um ano para começarem a sair as revistas Disney com grafia portuguesa.

    Material europeu eu não lia. Com 6 ou 7 anos, já era um sarilho convencer os meus pais a largar 130 paus numa revista com patos falantes, miúdas dentuças e gajos musculados com as cuecas por cima das calças, quanto mais os 500 paus para um baixinho de bigodes que dava sopapos aos romanos. Moebius seria lisérgico demais para os meus pais.

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  32. Belo texto. De fato 1986 foi um muito produtivi e criativo no que diz respeito a Comics.

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  33. Em 1986 ainda lia disney e algum FB e albuns tugas da Asa.
    Nem sabia o que eram comics ainda.
    Nos States já circulava Transformers comics da Marvel a 2 anos,que chegaria aqui no inicio da decada de 90.
    Tambem acho que nesse ano estiveram no auge criativo alias toda a decada,as bds começavam a ser mais "adultas".
    Já a decada 90 foi o auge do Grim'n'gritty com a Image em 92 e as Majors a seguiram as pisadas.

    "E em 1999 os comics deixaram as trevas?"

    Morrison,QUesada e Bendis????

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  34. André, até me subiu a tensão quando li "História da Banda Desenhada Mundial (a sair para o ano pelo Circulo de Leitores em 20 volumes!!!)". Da-se (pensei logo), não sei nada sobre isto!
    hehehe, bela tanga, sim senhor...SE TORNAS A FAZER ISTO, NÃO SEI NÃO! hehehe.

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  35. André
    Onde, como, porquê e quando é que ao Círculo de Leitores lança os 20 volumes da BD? Essa faz-me lembrar a compra dos novos aviões do Efrom-ó-bicho. É muita galinha gorda, na altura em que os pintos nem sequer querem sair da casca.
    Tenho uma série de enciclopédias da BD, em inglês e francês. A última, comprada há uns anos (por uma nota preta) é o Dictionnaire Encyclopédique des Héros et Auteurs de BD, da Opera Mundi, tudo em francês e em três volumes de 900 páginas cada.
    Num país onde mal se consegue vender um álbum, imagine-se quantas bolsas poderiam desembolsar o equivalente a muitos volumes do género.
    Por outro lado, para ter toda a banda desenhada mundial (mesmo exluindo-me a mim, o que não seria inédito) iam ser precisos mais de meia centena de volumes, todos na ordem das 900 páginas.
    Se eu tivesse o apoio do Efrom-ó-bicho ou do Banco Mundial, lançava-me na iniciativa, talvez para ter o prazer de não me excluir da enciclopédia.

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  36. A gina era bem engraçada:)
    Tinha um grafismo arrojado e uma narrativa bem linear:)
    Santos Costas,
    Enciclopedias de BD em Portugal?
    As galinhas irão ter dentes antes disso acontecer:)
    Com toda a certeza que para alguém "fazer" esse magnifico trabalho terão que pedir aos dinheiros públicos umas boas dezenas de milhares de euros (e para serem vendidos a meia dúzia de gatos pingados, pois o resto é para os senhores doutores e engenheiros:))
    Já aconteceu algo semelhante com a história da BD em Portugal com o alto patrocinio da Gulbenkian...
    mas não me quero alongar muito neste tema.
    E o nosso café sem cigarros?:)

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  37. refemdabd
    :) gotcha :)

    Paulo Costa
    Ei pá a Epic Marvel foi uma grande publicação. Era para maiores de 16 anos e eu tinha uns 13/14 quando apareceu por cá mas comprei na mesma.

    Mas antes da Epic Marvel já tínhamos alguns números da Espada Selvagem do Conan, que apareceu ao mesmo tempo que o Grandes Heróis Marvel nº 4. Ainda me lembro da papelaria onde vi os dois à venda. Pode comprar o GHM mas a Espada ficou lá...

    Optimus
    Morrison,Quesada e Bendis estavam na Marvel e se a referência a 1998 é num livro da DC duvido que fosse esse o motivo...

    Santos Costa,
    Eu tenho a Historia de los Comics da Tautain em três volumes. É bastante completa mas já merecia uma actualização e se há alguém que podia edita-la eram os nuestros hermanos.

    Bacchus
    narrativa bem linear
    :]:]:]



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  38. André, texto muito fixe. Estou desejoso de ver a continuação :)

    Adoro o Dark Knight Returns mas quando acabei de ler o Batman Year One lembro-me de pensar que TODA a Bd americana devia ser tão boa como aquela. Genial :)

    Se não por tudo o resto, MAUS é dos testemunhos mais importantes e mais bem conseguidos que para mim eleva a Bd acima de outras formas de arte. E sem muita ginástica. Narrativa gráfica simples e é das coisas mais marcantes.

    Nos anos 90 desliguei-me um pouco do que se passava nos comics. Ainda apanhei o inicio da Image mas já não podia com a Bd Americana. As duas maiores editoras com desenhos terriveis e argumentos fracos, a Image com bons artistas mas que, na altura em que se lançaram só faziam duas coisas; Gajos cheios de musculos, e mulheres com uns contornos muito pouco reais :S E, só para recordarem, vão ver o Jim Lee naqueles primeiros numeros a desenhar o pessoal de fato e gravata :S terrivel. Não é que ele não soubesse fazer melhor, mas não estava interessado. Os anos 90 foram isto na Bd americana (pelo menos para mim).

    E sim, tenho umas saudades terriveis do tempo em que o papel era de pior qualidade, o formato era o brasileiro, assim como o português também. Mas era Bd em todos os quiosques em cada esquina. E ainda nas férias, visto que era puto e não tinha dinheiro, não ficava sem ler, pois havia muito sitio onde trocar e vender Bd.

    Saudoso sim :)

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  39. Ótimo texto! Uma época de grade importância para as bds!

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  40. Boas recordações Luís!

    Na BD mainstream os anos 90 foram muito maus, que basicamente foi como tu escreves: grandes músculos, armas gigantes, argumentos e cenários=0, mas na alternativa/underground/tudo o resto... foram muito bons!

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  41. André,
    Apesar do "Tits and Ass" dos "horripilantes" Jim Lee's e afins da Image nos anos 90. Esta década foi mesmo muito forte no que concerne os independentes (e não descurar também o papel da subsidiária da DC: a VERTIGO:))
    Abraço

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  42. Ainda nas enciclopédias: em Portugal existe muito material que, embora não esteja reunido numa compilação enciclopédica, junto é tão bom quanto uma (índices incluídos). Já a enciclopédia da Toutain, do Javier Coma, é fraquinha(!); acho que até hoje ainda não se fez nada tão bom neste género, verdadeiramente um mimo de entretenimento. Já os "Dictionnaire Encyclopédique des Héros et Auteurs de BD", que é posterior ao Espanhol, poderia ter aprendido com o primeiro; claro que tem muito mais material e é sem dúvida lúdico, mas que também é uma seca, é! E não, não acredito que uma enciclopédia deva ter sempre o formato tradicional, qual lista telefónica de factos organizados alfabeticamente, despejados friamente numa folha de papel.

    Os anos 90 também mataram o meu gosto quase que obsessivo pelos comics, culpa destes e dos seus intermináveis crossovers, má qualidade geral, produzia-se tanto que se estavam marimbando para o resto. Ainda assim ouve excepções, como em tudo.

    Embora MAUS seja indiscutivelmente bom, é minha opinião que se idolatriza demasiado essa obra; nos EUA ainda se percebe, debaixo de uma determinada cultura "novaiorquina", mas por cá...MAUS não entra na minha lista dos 50 melhores da década de 80. Prefiro, desse autor, e também debaixo da mesma cultura "novaiorquina" o "In the Shadow of No Towers" (no advento do atentado terrorista a NYC em 2001). Gostos, pois então.

    Mais um "à parte": o papel da BD em "formatinho", tanto o brasileiro como o português, não era mau, era até muito bom. O dos comics é que era verdadeiramente mau, próximo do papel de jornal extra-fino. Tenho largas centenas de exemplares em "formatinho" que comprovam isso.

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  43. Eu tinha a percepção de que em algum momento da década de oitenta, tínhamos o verdadeiro El Dourado dos quadrinhos, só não sabia precisar o ano exato, bela matéria.

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  44. Refem
    Tenho o Complete Maus, mas ainda não lhe peguei...
    :P

    Venerável Victor
    Agora ficaste a saber qual o grande ano da Banda Desenhada (Comics). 1986.
    :D

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