Esta obra teve um pouco de polémica, e não percebo porquê... houve muita gente que não gostou da estória, mas esta sem ser nada de extraordinária, é um bom momento de super-vilões, com uma galeria muito completa de maiores inimigos de Batman, mas ao mesmo tempo tempo trazendo um novo que vai influenciar as estórias de Batman até arcos bem recentes.
Mas a grande mais valia deste livro é a arte simplesmente brutal de Jim Lee! Só isto vale muito a pena.
E os portugueses puderam, ou tiveram a hipótese, de apreciar este título (ou não) com a edição da Devir em cinco TPBs. Fiquem com as palavras de Hugo Silva!
Absolute Batman Hush
Batman é uma das melhores
personagens da BD, tem um design apelativo, uma personalidade forte e uma
galeria de personagens repletas de carisma. Quando uma super estrela do
desenho, como Jim Lee, se une a um argumentista, Jeph Loeb, que já tinha
escrito uma boa série de histórias com o Morcego, é normal que toda a indústria
entre num frenesim total e os fãs salivem à espera do resultado final.
Lembro-me que gostei bastante do
arco “Hush” na altura em que saiu e que, para mim, correspondeu às expectativas.
Lee fez umas mexidas no design dos uniformes, o que resultou num visual mais
colorido do que estávamos habituados no universo de Gotham City, e em conjunto
com o argumento cheio de acção e movimento criou uma série de histórias
emocionantes, com mais ênfase no visual do que na qualidade do argumento. Mas
não que isso seja uma coisa má, muito pelo contrário.
Andei a ler o Absolute Batman
Hush e quando se pode ver a arte do Lee em toda a sua plenitude, tudo ganha uma
outra dimensão. A história começa logo a chamar a atenção do público, com uma
luta tremenda entre o Batman e o Killer Croc e, enquanto recuperamos o fôlego,
levamos logo com mais duas personagens renovadas, a Catwoman e a Posion Ivy.
A segunda história mostra o
morcego completamente imobilizado no chão, no famoso beco do crime depois de
uma queda das alturas, rodeado de facínoras a quererem acertar contas com ele
até este ser salvo pela Huntress num novo uniforme que, curiosamente, tinha um
estilo bastante clássico. É o próprio Bruce Wayne que dá a entender, via código Morse com os seus dedos, que quem o devia salvar e o operar, seria um amigo de
infância, o Dr. Thomas Elliot.
Nos seguintes capítulos vemos
intercalados flashbacks da infância dos dois, de modo a conhecermos melhor a
sua relação, e a procura do Batman pela verdade sobre o rapto da história
inicial. Para além disso temos o aprofundar da sua relação com a Catwoman, que
ganhava contornos nunca antes vistos. Loeb e Lee levaram o inuendo sexual de
décadas a uma consumação que mudaria em muito a vida do herói.
Os desenhos de Lee não podiam ser
desperdiçados só com vilões, e por isso aparece em cena o maior herói de todos,
Superman, em mais uma luta em que o morcego leva a melhor. Harley Quinn, Joker,
Jim Gordon, Nightiwng, Robin, Talia e Ra's ghul são apenas algumas das
personagens que aparecem em catadupa, página após página com a simples intenção
de nos chocar e nos deixar sobressaltados sobre qual seria o próximo.
O plot principal de tentar
descobrir quem estava por trás de tudo, era apenas uma desculpa para nos
mostrar a quase totalidade da galeria de vilões do Morcego. Quase todos eram
usados como peões pelo vilão que tinha engendrado este plano maquiavélico, que
chegava ao ponto de mostrar um duas caras curado após uma operação plástica e
com vontade de voltar para o lado dos bons. As coisas ganharam outros contornos
quando de repente damos de caras com um Jason Todd crescido, e aparentemente de
volta do mundo dos mortos, até percebermos que era apenas o Cara de Barro,
personificando um Jason mais velho, seguindo o plano que o Batman tanto queria
descobrir.
As imagens são sempre muito
intensas, quando não há uma luta há sempre uma imagem pin up que gostaríamos de
ter num quadro em tamanho maior. Desde cenas isoladas como o Batman a beijar a
Catwoman, a quadros isolados entre os quadros de uma luta intensa.
No final percebemos como o vilão
é alguém novo, e como um vilão antigo é afinal mais inteligente e perigoso do
que aquilo que aparentava. A cena final é interessante mas como que tira alguma
da lógica de todo o arco de histórias, algo comum em Loeb, apesar de ter
gostado bastante deste upgrade ao Riddler. Para quem se quer divertir e se
deliciar com uma arte dinâmica, Hush é o livro ideal para se ler, ver e babar
com a arte.
Tenho de agradecer a disponibilidade de Hugo Silva para colaborar neste blogue, já é a 5ª participação deste apreciador de Comics, e em que regularmente de mote próprio vai enviando textos e ilustrações.
Podem também visitar o blogue dele em que a nostalgia é rainha: Ainda Sou do Tempo...
Obrigado Hugo Silva!
Boas leituras
O Batman é um dos personagens mais adorados dos quadrinhos, os desenhos de Lee são lindos
ResponderEliminarGuy Santos
ResponderEliminarÉ o melhor desta saga, a arte de Jim Lee no seu melhor!
:)
Sem duvida o Morcegão é dono dos roteiros mais inteligentes dos quadrinhos de super-heróis, e ainda com a arte do grande Lee, é um material que deve ser não só lido, mas apreciado por todos. Ótima resenha.
ResponderEliminarEu curto esse arco, J Loeb sabe juntar muitos personagens numa mesma história e mostrar suas qualidades e interligações de forma competente, quando o assunto é concluir tudo, ele escorrega um pouco no meu ver. Jim Lee por outro lado aqui está maravilhoso (ao contrário do que tem feito ultimamente em Liga da Justiça) e essas edições são um espetáculo aos olhos. Hush foi um bom novo vilão, o novo visual da Caçadora foi uma ótima surpresa e finalmente a tensão sexual entre a Mulher Gato e o Morcego sair do psicológico e se realizar no físico, aconteceu finalmente. Agora, ver um Super-Homem levar uma surra do Batman nào tem preço! (pela segunda vez!) nos quadrinhos.
ResponderEliminarTadeu Elias
ResponderEliminarTambém gostei da resenha do Hugo Silva. Mas gostei mais do livro pela arte! A estória tem algumas falhas...
:)
Venerável Victor
Tou de acordo contigo quando dizes que a estória falha, sobretudo no final. Mas a colecção de vilões e heróis apresentados em grande estilo supera isso!
Claro que ver o morcego a dar uma surra a um tipo que o pode matar só com o olhar... é épico! LOL
A parte Gata/Morcego ficou bem conseguida, assim como o novo vilão Hush!
;)
Também gostei da resenha. A arte é boa, sim... Mas a estória também! Bom, pelo menos eu achei! Sinto falta da fase pré-Reboot da DC, embora não tenha mudado quase nada no Batverso.
ResponderEliminarTarcísio Aquino
ResponderEliminarÉ como dizes, em Batman não mudou quase nada na cronologia pós 52.
Esta obra tem arte muito boa e a explodir neste formato "Absolute"!
:)
Embora não tenha sido uma realmente épica saga do homem morcego, gostei bastante de Hush e a arte de Jim Lee é impecável.
ResponderEliminarGrande resenha, parabéns. 8)
Pensador Louco
ResponderEliminarTambém não acho que tenha sido épica, mas como dizes, lê-se bem! Só o final é que foi um pouco "méh"...
Jim Lee no seu melhor é sempre bom de apreciar!
;)