sexta-feira, 13 de abril de 2012

A Palavra dos Outros: Contest of Champions por Hugo Silva


Mais uma colaboração de Hugo Silva.
Desta vez é a mini-série "Contest of Champions" editada durante o princípio dos anos "80", e que teve como grande motivo de interesse o encontro de uma miríade de heróis do Universo Marvel pela primeira vez, e uns jogos Olímpicos boicotados...
Fiquem com as palavras do Hugo!


Contest of Champions
Contest of Champions, ou Torneio dos Campeões no Brasil na saudosa revista Heróis da TV (nº108), foi uma mini série em 3 edições da editora Marvel Comics que pode se considerar como a pioneira dos grandes eventos, onde todos os heróis da editora se reuniam para uma ameaça em comum. Ostenta o título de ter sido a primeira Limited Series da Marvel, algo incomum na altura e a própria história, originalmente, não foi pensada dessa forma.
Segundo Tom DeFalco, na introdução do TPB, esta história destinava-se somente a ser publicada numa única edição como um Tie-in com os Jogos Olímpicos de 1980 numa edição da Marvel Treasure Collection (uns livros gigantes que a Marvel publicava em ocasiões especiais). Neste TPB para além da mini série temos ainda as histórias dos West Coast Avengers que foram publicadas anos mais tarde e ajudaram a fechar algumas pontas soltas.
Mark Gruenwald, Bill Mantlo e Steven Grant foram os responsáveis pelo plot da história, que teve a arte entregue a um jovem de seu nome John Romita Jr e a arte final ao cargo de Pablo Marcos. O problema foi que no ano seguinte, os Estados Unidos da América boicotaram as Olimpíadas, eliminando com isso o sentido uma edição do género e a revista foi cancelada.
Só que em 1981, Pablo Marcos chegou ao escritório do editor Tom DeFalco e do seu assistente Gruenwald, e perguntou quando é que receberia o resto das páginas para colorir já que tinha terminado o trabalho nas que tinha recebido. Como argumentista da história, Gruenwald sabia das potencialidades da mesma e foi pedir autorização ao Editor Chefe, Jim Shooter, para terminá-la. Mark chamou então o seu antigo parceiro Bill, e ainda o desenhista John Romita Jr., que começaram a fazer os ajustes para transformar aquilo que iria ser uma única história numa mini série de três edições.
Foi então que detectaram um grande problema, muita coisa tinha mudado no Universo Marvel entre aqueles 2 anos, novas personagens haviam sido criadas, havia uniformes que tinham sido mudados e havia equipas com membros diferentes. Para ajudar nessas mudanças todas, chamaram o competente Bob Layton que, com esse trabalho, acabou por também entrar nos créditos da revista.
Mas, mesmo depois de tudo realizado e a revista publicada, os problemas ainda não tinham terminado. Apesar de na história se escrever que um dos participantes tinha ganho, O Grandmaster, a verdade é que o torneio havia terminado empatado, mas sinceramente foi algo que não impediu o divertimento e a boa aceitação por parte do público.
A história começa mostrando diversos heróis a desaparecerem em pleno ar indo desde os Super Soldados Soviéticos à Tropa Alfa, do Homem-Aranha ao Punho de Ferro ou mesmo desconhecidos de diversas nacionalidades (de relembrar que isto era suposto ser ligado aos Jogos Olímpicos) como heróis Chineses, Irlandeses, Árabes, etc.
A arte de Romita JR deixou a história ainda mais empolgante, a sua arte ainda não tinha o seu traço particular e apresentava um ar mais clássico, facto esse acentuado de certeza pelos seus arte finalistas, mas que deixou um ar bastante heróico e imponente em todos os desenhos, o que ajudou a dar importância à saga. A imagem de todos os heróis reunidos num único espaço era mesmo algo imponente, e raro naquele tempo, com a imagem a acontecer numa página dupla tentando mostrar o máximo possível de personagens nessa mesma página.
Seguem-se mais umas páginas de modo a apresentar alguns dos heróis e heroínas individualmente e o mote está dado para que apareçam os responsáveis desta situação toda, o Grande Mestre e o Desconhecido.
É dada então a explicação para o jogo em questão, o Mestre quer ressuscitar o seu irmão falecido, o Coleccionador, e para isso precisa ganhar um jogo que consiste em duas equipas de 12 super-heróis cada. Nesse jogo eles partem em busca de quatro partes de um globo que, quando reunidas, dão ao Desconhecido a possibilidade de trazer o outro ser cósmico dos braços da Morte. Quanto ao Desconhecido oferece à sua equipa a promessa que prolongará a vida do Sol, a nossa estrela principal, e assim prolongando também a vida do nosso planeta.
As equipas são divididas em grupos de 3 de modo que cada grupo procurasse uma parte do globo que se encontrava em partes tão diversas do Planeta como o Pólo Norte ou uma selva na América do Sul. Os combates não eram muito longos, e em alguns grupos era criado alguma rivalidade entre os membros da mesma equipa como por exemplo no grupo que incluía o Árabe e a Israelita. Existiram alguns confrontos interessantes como o do Pantera Negra com o Wolverine em que o segundo estava mais empolgado durante o combate que o primeiro.
Mais uma vez a arte de Romita ajudava muito nestes combates, e os diálogos eram bem característicos das personagens envolvidas .. No final de tudo mostra-se como afinal o Desconhecido era na verdade a Morte e que a mesma para ressuscitar o outro ser precisava de uma energia vital de um ser semelhante ou seja do Grande Mestre. Bela forma de vencer..
Mas a verdade é que, quer nos EUA, quer no Brasil, a história foi bem recebida abrindo espaço às mini e maxi-séries, até que chegámos ao ponto de, pelo menos, uma grande saga por ano. Esta história apesar de básica na premissa, é uma excelente diversão, uma pedrada no charco e em que a excelente arte e os bons diálogos ajudam a ser bastante agradável na leitura.


Espero que tenham gostado e opinem se acharem que sim!
Já sabem, o blogue do Hugo é Ainda Sou do Tempo...
:)

Boas leituras

19 comentários:

  1. He leído poco de The Champions, pero siempre tengo un poco de nostalgia cuando veo cómics de esta época, además en este caso, me encantan las páginas que acompañan el post.

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  2. Gostei muito do Torneio dos Campeões quando foi publicado, ainda que, à época, estivesse uns dois ou três anos atrasado à cronologia. A razão, obviamente era "superheróis! Montes deles!".

    Infelizmente, e isto é depois de visto com o passar do tempo, em muitos casos não havia espaço para contar uma história decente, nem para 'tempo de antena' suficiente à multidão de personagens. E isto fez com que não houvesse qualquer toque pessoal na história para um leitor se identificar. É que o Grand Mestre e o Coleccionador costumam ser vistos no papel de vilões, portanto não tinha grande interesse em saber quem realmente ganhava no final.

    Quase todos os superheróis estrangeiros eram tão maus que não voltaram a aparecer, ou então regressaram apenas para ser alvo de piadas, nomeadamente o Peregrino e o Cavaleiro Árabe (em inglês, Arabian Knight... get it?). A irlandesa Shamrock ainda foi objecto de culto para alguns escritores, e até foi usada com alguma regularidade, pasme-se, nos Guardiões da Galáxia, cujas histórias se passavam no ano 3014!

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  3. Arion
    Sim, eu gostava do Romita Jr nesta altura! Fazia uns desenhos bem curvilínios e bastante bons anatomicamente, para além de bastante dinâmico nas cenas de acção. Infelizmente quis um estilo mais próprio e hoje em dia sou incapaz de apreciar os seus desenhos...
    :\

    PC
    Essa foi a grande razão de exito (penso eu), heróis aos montes!
    :D
    Mas na realidade aqueles tipos estranhos do tapete voador, e outros quejandos foram mesmo só para fazer número. A Shamrock ainda a vi noutras revistas mas nunca teve grande saída, o que foi uma pena. Tinha potencial!
    :)

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  4. Maravilhoso! Eu amo de verdade essa mini, era moleque quando li e acho que foi uma das BDs que mais me empolgou, a ver todo o meu universo Marvel reunido e competindo, em duelos que achava realmente interessantes. Queria tanto ter isso em arquivo digital, com as mudanças e arrumações perdi essa revistou ou não me lembro e eram emprestadas...a arte do Romita Jr está maravilhosa aí (porque detesto ele) talvez por ter sido orientado a buscar mesmo um estilo clássico (e não aquele arremedo de estilo que ele desenvolveu depois) mas vê-se que os arte finalistas foram mágicos também, verdadeiros cirurgiões plásticos no traço dele,eu vibrava a cada disputa e me encantava ao conhecer um pouco mais de personagens clássicos e outros obscuros da editora. Nossa! Ganhei meu fim de semana! OBRIGADO!

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  5. Só mais uma coisa... Bill Mantlo é o CARA!!!Muito fixe!

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  6. Venerável Victor
    Eu saquei esta mini-série e a seguinte (Contest of Champions II) do Pirate Bay. Eles têm uma Torrent disto!
    E concordamos na integra em relação ao "Romitinha". Assim como em relação ao Mantlo! Subscrevo!
    ;)

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  7. eu tenho o tpb com a capa do Alex Ross e o Premiere Marvel em HC. Mas sim encontram isso nos Demonoid e afins, se bem que é daquelas que devem ter em papel :P

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  8. Hugo Silva
    E a edição Premiere é boa?
    :)

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  9. Gosto de grandes sagas, mas não gosto quando são grandes demais e interferem muito nos títulos solos.

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  10. Guy Santos
    Então esta é para ti!
    LOL
    É uma mini-série, apenas 3 comics!
    :D

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  11. Es cierto, Romita Jr. tenía un estilo muy distinto en esa época. En realidad, a veces me gusta más su trabajo de los 80 que el actual.

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  12. Arion
    A mim não é às vezes... a mim é sempre! Gosto sempre mais dele nesta altura do que desde que criou "um estilo próprio"...
    ;)

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  13. Li só uns pedaços qdo era bem mais novo. Já naquela época achei infantil demais. Mas gostava de ver todo mundo reunido.

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  14. Paulão Fardadão
    É sempre muito divertido ver uma multidão de heróis reunidos, mas não te esqueças que na altura as estórias de comics eram vocacionadas para um público mais novo do que é agora.
    ;)

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  15. Essa hq/BD é demais! Eu tive o prazer de ler (e ter o "pergaminho" em algum lugar por aqui... :D).

    Inclusive, nem me lembrava que a arte era do JR JR, justamente por seu traço ainda estar mais "genérico". Inclusive, lembro que ele começou a se desenvolver só em Estigma, A marca da Estrela.

    Essa história é muito, muito divertida, e cumpre uma função de entreterimento com total competência.

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  16. Alex D'ates
    Tocaste num ponto fundamental. Esta BD é diversão pura! Foi feita com essa intenção com certeza! Não tem significados profundos, nem se tem de ler nas entrelinhas! É ler, apreciar directamente e passar um bom bocado!
    :D

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  17. Lembro dessa história! Me divertiu muito na época e tenho certeza que se relesse hoje sentiria o mesmo. Não aprecio a escuridão emocional que se abateu sobre o universo dos super-heróis nos últimos 10 ou 20 anos:)

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  18. As Hqs desse período eram muito mais divertidas que as de hoje:)

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  19. JJ Marreiro
    Estou contigo irmão!
    Eram muito mais divertidas e despreocupadas! Onde se nota mais a diferença é no Homem-Aranha... ficou um aranhiço triste e de mal com a vida!
    :(

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Bongadas

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