Super Pig foi das primeiras publicações da Kingpin como editora. Nasceu da mente do responsável desta editora, e da loja e com o mesmo nome, Mário Freitas.
A história deste título remonta a 2006 quando foi disponibilizada a primeira revista da série, tendo sido editados desde então mais três números em 2007 (#2 e #3) e 2008 (#4).
Estes quatro números foram compilados em livro, Super Pig: Live Hate, em 2011 numa edição recolorida, com novas legendas e mais algumas páginas originais.
Este livro é um livro bastante diferente do que é normal e usual fazer no nosso mercado, visto que mescla muito bem o mundo dos Comics, com a BD europeia, e para além disto tem uma forte componente da maneira de estar e pensar do autor. Quem leu o livro e conhece o autor da estória pode dizer que o Mário Freitas “está lá”!
Relativamente ao trabalho de Mário Freitas no livro… bem, ele esteve presente no argumento, arte-final, tons cromáticos, legendagem, design e edição. Posso dizer que esteve bastante bem, sobretudo nos diálogos credíveis, espalhando aqui e acolá bom humor, por contraponto à parte negra da estória. Esta está escrita de maneira inteligente, mas nem sempre ao mesmo ritmo. Tem um começo bastante rápido, e conforme a trama se adensa este ritmo vai diminuindo, mas sem cair na monotonia. Não sei se foi ele que planificou as pranchas, mas estas têm um grafismo por vezes bastante arrojado e não muito normal na BD portuguesa. As personagens vão sendo bem caracterizadas ao longo da estória, e de maneira credível, fazendo com que o leitor imagine aquelas criações como pessoas mesmo (apesar do protagonista ser um porco antropomorfizado).
Quanto à arte, ela varia um pouco assim como a técnica de colorização, porque há mais do que um artista envolvido. O meu gosto pessoal cai para o lado do Carlos Pedro, gosto mais dos seus quadros e dinâmica (com um certo perfume “noir”) neste livro do que os do Gabriel Evangelista (GEvan) que tem estilo mais certinho e bonitinho aqui. De qualquer modo o grafismo actual (já espreitei) do GEvan para o próximo livro já está num registo de que eu gosto muito. Para saber do que eu falo espreitem a capa do fanzine BDLP. Gosto!
Nas cores estiveram Gisela Martins e Sara Ferreira!
Super Pig é um porco que leva uma vida de Playboy, herdeiro de uma grande fortuna, gosta de investigar e colabora com a Polícia Judiciária. É também (não logo de início) chamado a ocupar o cargo de administrador na Fundação Calouste Pig (lol), criada pelo seu pai.
Mas há quem não goste do que ele representa… tem inimigos que insidiosamente vão envenenando tudo à volta dele. Cabe a vós, os leitores, descobrir o Live Hate!
Achei o máximo o crossover de personagens com outra série da Kingpin: Agentes do C.A.O.S.! Pois é… o Inspector Franco está lá e em grande forma!
Convido-vos a ler esta obra inteligente, tem muitos pormenores em que vocês se vão rever e várias referências à cultura pop que irão reconhecer. Fujam da “Deformação” e conheçam a cara do vilão na última página!
Este livro teve uma tiragem pequena tendendo a ficar escondido e anónimo nas livrarias que os têm nas prateleiras. Não foi nenhum best-seller, mas é um livro bastante interessante!
Posso dizer que o comprei com um pé atrás, um porco como animal antropomorfizado no mundo humano… não era bem a minha praia, aliás, por isso mesmo nunca peguei em nenhuma revista do Pig, mas quando saiu a compilação… comprei! Mas estou tudo menos arrependido com a compra. É uma obra honesta e pessoal do Mário Freitas!
Quando o dogma entra no cérebro, a actividade intelectual cessa.
Robert Anton Wilson
TPB
Criado por Mário Freitas, Carlos Pedro, GEvan, Gisela Martins e Sara Ferreira
Editado em 2011 pela Kingpin Books
Nota: 8 em 10
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ResponderEliminarObrigado, Nuno :)
ResponderEliminarComo disse o David Soares em tempos, não existem críticas más, porque o simples facto de alguém escrever uma crítica já é, por si só, positivo.
Mas 8 em QUINZE (isso dá perto de 5 em 10...)? O_o
E sim, a planificação da esmagadora maioria das pranchas é minha. Eu tenho uma forma muito visual de escrever argumentos, porque gosto de pensar na banda desenhada como algo único que permite experiências narrativas únicas. É pena que, até agora, só 3 ou 4 pessoas é que tenham dado por isso. Pode ser que um dia caia em graça, porque estou farto, sinceramente, de ser apenas engraçado. Fica o desabafo.
Abraço e, mais uma vez, obrigado ;)
Mário Freitas
ResponderEliminarLOL
Tenho de fazer um post sobre notas atribuídas...
As notas eu eu andava a dar eram de 1 a 10 e por vezes, para os livros que eu achava que eram top eu dava mais de 10, tipo 12 em 10. Fui criticado por isso. O que eu que eu fiz, continuei a classificar como se a nota máxima fosse o 10, só que aumentei para o máximo para cobrir essas notas que passavam o 10... pelos vistos está a dar confusão outra vez! Vou voltar à avaliação antiga e vou fazer um post para definitivamente ficar tudo estabelecido.
A nota vai passar para o 8 em 10, como antigamente, ou então arranjo outro sistema qualquer que dê menos celeuma.
:\
E sim acho a planificação das pranchas muito boa e diferente, só não sabia se eras tu ou o desenhador a fazer esse trabalho, se és tu, os meus parabéns! Fizeste um bom trabalho nesse campo, bem diferente do usual na BD portuguesa!
;)
A edição do Pig nº1, formato comic, trazia uns extras, um dos quais com o levantar do véu do processo criativo. Se ainda encontrar esses ficheiros por aqui, mando-te, caso contrário terei de trazer o meu exemplar para digitalizar.
ResponderEliminarE já que falaste em tiragens, aqui ficam os números totais de todos os Pigs: o nº1 teve 3 tiragens, correspondentes a duas edições diferentes (a 2ª edição, colorida e com nova capa) e vendeu um total de 350 exemplares (esgotado); o nº2 teve uma tiragem de 200 e sobraram menos de 10; o nº2 teve uma tiragem de 200, esgotada; e do nº4 sobram uns 15 dos 200 exemplares impressos.
Quanto à edição compilada (revista e melhorada), foram impressos 200, dos quais sobram ainda, infelizmente, perto de metade...
Eu até gostei do que li mas não se queixem de vender mal.
ResponderEliminarFui à loja da Kingpin com o intuito de saber mais sobre a edição e só encontrei os Super Pig #2 e #4 à venda. Pressupostamente esta é a editora do livro, não?
Se isto fôr uma edição apenas para os amigos que pertencem a este mundo restrito onde todos se conhecem uns aos outros na boa.
-Bladder
Gostei bastante das artes, parece ser uma boa bd.
ResponderEliminarBoa tarde, Bladder.
ResponderEliminarIsso ocorreu quando? Das 4 edições em formato original, o 1 e o 3, de facto, estão esgotados há muito tempo. Mas foi precisamente essa uma das razões que me levou a fazer a edição compilada, revista e melhorada, da história integral até ao momento. Essa edição está disponível desde o início de Maio do ano passado e, desde essa altura, nem por um momento (que tal me ocorra) deixou de estar disponível aqui na loja, além de ter estado vários meses disponível nas lojas Fnac.
Fico a aguardar uma resposta.
Obrigado.
Ainda quero ler esse trabalho, nunca tive acesso a ele (acabou sempre por ficar por baixo da pilha).
ResponderEliminarMuito legal. Não conhecia esse trabalho e fiquei com muita vontade de ler. Obrigado por compartilhar, Nuno. 8)
ResponderEliminarÉ sempre bom sentir que o nosso trabalho desperta interesse em quem não o conhecia e creio que não é tarde, longe disso, para o Pig começar a ter a notoriedade e reconhecimento que acredito que merece.
ResponderEliminarHoje em dia, os memes estão popularizados e disseminados pelas redes sociais, mas em 2006 ninguém sabia o que era um MeMe (e suspeito que poucos saibam já, de facto, o que sejam). E foi aí que "ousei" confrontar o Pig com um colectivo de Memes malignos tão representativos de certos traços de carácter que já na altura me incomodavam e que cada vez me agastam mais.
Depois, fiz a minha própria guerra de gangues à portuguesa, traçando o paralelismo entre os confrontos às claras dessas organizações criminosas e os meandros obscuros duma organização legal como a Fundação Calouste Pig. Também aí fui acusado de fazer algo "demasiado americano", mas o tempo tem, infelizmente, provado o quão bem isso se aplica de igual modo à nossa realidade local.
Obrigado pelo vosso interesse.
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ResponderEliminarMário Freitas:
ResponderEliminarNão consigo listar essa obra específica na Loja Online.
Não figura no Catálogo.
Cumps.
-Bladder
Estive a verificar e de facto não está lá. Ocorreram alguns bugs estranhos, a dada altura, no site e alguns artigos desapareceram. Este pelos vistos foi um deles. Obrigado pela chamada de atenção.
ResponderEliminarGuy Santos
ResponderEliminarÉ uma boa BD e é portuguesa, o que me apraz bastante.
:)
Alex D'ates
Dificilmente terás acesso a ele. A tiragem foi pequena, portanto não chegou ao Brasil de certeza.
:\
Pensador Louco
Acho que seria o teu jeito, mas existe a dificuldade do Oceano Atlântico... aparecem aqui mais livros de brasileiros, do livros portugueses no Brasil..
:(
Bladder
É um livro interessante, ainda bem que te consegui fazer interessar!
:)
Mário Freitas
Obrigado por teres estado bem presente aqui nos comentários!
;)
E está já corrigida a omissão do site, com inclusão de Super Pig: Live Hate e Agentes do CAOS: Nova ORDEM.
ResponderEliminarObrigado mais uma vez pela chamada de atenção.
Para divulgar o meu site
ResponderEliminarwww.bedetecaportugal.weebly.com
Eu achei bastante interessante, ele é um porco antropomorfizado, para nós leitores, mas para o mundo em que vive, isso é claro? ou apenas os leitores o vêem dessa forma? E ele consegue olhar para cima? os porcos são os únicos seres que não conseguem...
ResponderEliminarZetantan
ResponderEliminarRegistado!
Mas já agora podias lá pôr este livro! Não o vi na lista.
;)
Venerável Victor
Ele é o único animal antropomorfizado da estória, e é visto por toda a gente na sua forma suína!
:D
Não sabia que os Porcos não conseguiam olhar para cima!!!!
:|
É o único porco actualmente, sim, mas surgem menções e imagens de um 2º, que é o falecido Calouste Pig, pai do Super (e sim, Super é o 1º nome dele :).
ResponderEliminarPara além disso, há uma aparição meteórica de um bizarro esqueleto de Pigossáurio, uma das atracções do hall principal do edifício da Fundação Calouste Pig.
Mas então a mãe do Super Pig, perguntam vocês, também é uma porca? Para isso, terão de esperar pelo novo álbum, a ser desenhado nesta altura, e que trará mais algumas revelações sobre a vida do falecido Calouste e sobre o esqueleto do hall. Basta terem um pouco de paciência e não serem como "O Impaciente Inglês" ;)
Mário Freitas
ResponderEliminarBem, não referi o esqueleto pigossauro nem o pai do Pig, porque na realidade não apareciam na estória como seres activos... (ambos mortos)! Nem quis spoilar por aí!
:P
E o que eu fiz também não foram spoilers. Foram teasers! :D
ResponderEliminarMário Freitas
ResponderEliminarA diferença entre Spoiler e Teaser neste caso é muito ténue....
:P
Gustavo pensa que:
ResponderEliminarEra engraçado ver um post com menção a todas as BD's já merecedoras de nota 11 ou 12. Talvez o aniversário do blogue seja uma boa ocasião...
Gustavo
ResponderEliminarIrra... isso vai dar uma trabalheira imensa!!!!
Tenho 935 posts!!!
É procurar a agulha no palheiro!
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