Nuno Plati é um artista português que trabalha para a Marvel já há algum tempo. C.B. Cebulski reconheceu o talento e Nuno Plati não deixou passar a oportunidade.
Penso que o seu primeiro trabalho foi em marvel Fairy Tales (se não for corrijam-me), passou por títulos como Ultimate Spider-Man, Amazing Spider-Man, Marvel Girl e Woman of Marvel. Presentemente está a trabalhar em Alpha.
Biografia Nuno Plati
Nasci em Lisboa em 1975 e sou um Ilustrador freelancer, e Artista de Banda Desenhada freelancer. Já trabalhei para a maioria dos Jornais Portugueses e muitas revistas, colaborei com Editoras e Agências de Publicidade, programas de Televisão, trabalhei para o estrangeiro , com a EA games, a Marvel Comics, Image comics, Axis Animation, Cosmopolitan, entre outras.
Entrevista a Nuno Plati
Como chegaste ao mercado norte-americano? Como aconteceu?
Cheguei ao mercado Americano através da internet, mais especificamente aquando do boom do MySpace e dos blogs de arte. Por volta de 2005, o talent scout da Marvel C.B Cebulski viu o meu trabalho, tanto no myspace como no meu blog e gostou, e na mesma altura , ou pouco depois, o Argumentista Ivan Brandon, também demonstrou interesse no meu trabalho e a bola começou a rolar a partir daí.
Já trabalhaste em vários títulos de comics mainstream. Qual foi aquele que mais dificuldade te pôs artisticamente falando?
A mini série em que estou a trabalhar actualmente para a Marvel, Alpha: Big Time.
Por uma série de factores, os prazos relativamente apertados, tendo em conta que estou encarregue de tudo no que diz respeito à arte, cores inclusive, as temáticas, que apesar de não fugirem às normas dum comic mainstream da Marvel, têm a particularidade de ser bastante mais intimistas, fazendo com que as cenas de “vida real” sejam mais comuns do que as de acção, o que implica o desenho de todo o tipo de cenários, desde escolas, a cenas de rua, a cenas em laboratórios, a cenas no interior de casa, etc. É de longe o meu maior desafio até agora, mas são 100 páginas em mais menos 5, 6 meses o que me fez necessariamente crescer bastante.
Qual é dos teus trabalhos até este momento aquele de que te orgulhas mais, e porquê.
O que me orgulho mais, será o que estou a fazer agora, a mini série do Alpha que mencionei anteriormente.
Quais são as técnicas de desenho que usas mais neste momento? Tradicional, digital ou misto?
O meu trabalho é todo digital desde há muitos anos.
Qual é o teu sonho como artista de Banda Desenhada e Ilustração?
Continuar a ter oportunidades para trabalhar e melhorar como artista, e claro, gostava de um dia poder contar uma ou outra história que tenho no “bolso”.
Qual o argumentista com que gostarias de trabalhar um dia, e porquê.
Sinceramente, nenhum em particular. Devo esclarecer que quase não leio comics, e não estou a par de praticamente nenhum storyline dos comics mainstream Americanos. Gosto de ler de tudo, mas hoje em dia sigo alguns mangas, algumas séries Europeias, uma ou outra coisa da Image, e pouco mais.
O que pensas sobre a BD nacional e o seu rumo actual?
Não sei, sinceramente não sei qual é o panorama. Alguns amigos meus publicam regularmente em Portugal, mas isso sempre aconteceu. Honestamente, não me parece que haja muita qualidade de top, tipo Espanha, França ou Itália. Acho que temos pessoal de valor a publicar lá fora, mas sinceramente é estranho que eu conheça pessoalmente tão bem essas mesmas pessoas e que não cheguem a ser uma mão cheia praticamente. Não creio que haja muito publico, nem muito interesse por BD em Portugal, e em termos de desenhadores de top, porque de argumentistas não posso falar, também não temos muitos.
Tens projectos actuais, ou futuros, de que possas falar neste momento?
Actualmente estou a acabar o Alpha e depois disso não faço ideia, sinceramente. Tinha um projecto a ser começado com um argumentista Europeu, que foi interrompido pelo Alpha, que não sei se será retomado, e também um ou dois projectos pessoais que gostaria de dar seguimento, apesar de ter consciência que as condicionantes da vida real talvez não me o permitam fazer.
Qual o teu sentimento/opinião em relação ao Anicomics?
Acho que é importante na difícíl tarefa de promover a BD e “produtos” afins em Portugal.
Alguma mensagem em particular que queiras dirigir aos leitores do Leituras de BD?
Que tentem o mais possível alargar os seus horizontes, e que no caso especifico da BD não sejam fundamentalistas deste ou daquele género, porque só temos a ganhar com a diversidade.
Obrigado Nuno!
:)
O Nuno Plati para além de estar presente no debate "Desenhadores portugueses no mercado americano", com Jorge Coelho, Daniel Henriques, Filipe Andrade e André Lima Araújo; moderação de Mário Freitas (Dia 11 às 14h00 - Auditório), também dará autógrafos dia 11 às 17h00 e dia 12 às 16h00 - Biblioteca, Piso 2.
Vai também estar patente uma exposição de originais na Biblioteca, Piso 0 referente a este desenhador.
Poderão consultar o programa do Anicomics no seguinte link:
Anicomics Lisboa 2013
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| Nuno Plati |
Esperam que tenham gostado, mas o Leituras de BD não vai ficar por aqui. Estejam atentos!
O Leituras de BD apoia e recomenda o Anicomics
Boas leituras
Estive a tentar perceber no site do Anicomics mas o link dá para o famoso 404, portanto decidi colocar a dúvida aqui. Para os autógrafos basta aparecer ou há algum requisito, alguma burocracia que deva ser preenchida de antemão? Obrigrado desde já. A entrevista foi bastante clara, e realmente o trabalho dele no Alpha recomenda-se.
ResponderEliminarTheGidef
ResponderEliminarO ano passado havia um sistema de senhas, que presumo este ano também haverá. De qualquer modo irei confirmar com o Mário Freitas. O sistema em vigor o ano passado foi (por ordem de prioridade na fila):
- Senha verde: Para quem comprar um exemplar de um livro ou revista do autor, na loja Kingpin, ou no Anicomics
- Senha amarela: Para quem já possuir um livro ou revista do autor
- Senha vermelha: Para quem se apresentar sem nenhum livro ou revista do autor
De qualquer modo confirmo esta situação ainda hoje!
;)
TheGideof
ResponderEliminarRegras oficiais para as sessões de autógrafos:
ANICOMICS 2013: Regras para a atribuição de vouchers para as sessões de autógrafos
(com os autores André Araújo, Filipe Andrade, Jorge Coelho, Nuno Plati, Osvaldo Medina, Joana Afonso e Nuno Duarte)
Os vouchers de autógrafos, a atribuir pela organização do AniComics Lisboa2013, darão prioridade nas filas para autógrafos dos artistas convidados presentes no evento. Isto visa disciplinar e organizar de forma mais eficiente e justa os períodos de autógrafos, premiando sobretudo quem adquirir ou possuir livros dos autores presentes. Serão distribuídos 15 vouchers por cada dia do evento, por cada autor presente, vouchers esses que serão entregues aos compradores, por ordem de aquisição no stand da Kingpin Books especialmente dedicado aos autores presentes, situado na galeria do AniComics. Cada comprador terá direito a um voucher verde por cada livro adquirido, no máximo de dois por autor, embora fique limitado à utilização de um voucher por dia por cada autor (exemplo prático: quem comprar 3 livros do autor André Araújo terá direito a 2 vouchers para esse autor, que terão de ser repartidos entre sábado e domingo; porém, em qualquer desses dias, poderá igualmente utilizar 1 voucher por cada um dos outros autores).
Ordem de prioridades nas filas de autógrafos:
Prioridade 1 (voucher verde) – Portadores de livros dos autores presentes, adquiridos no stand da Kingpin Books no AniComics.
Prioridade 2 (voucher amarelo) – Portadores de livros dos autores presentes, noutras condições
das descritas no ponto 1.
Prioridade 3 (voucher vermelho) – Visitantes não portadores de livros dos autores presentes.
Os vouchers serão entregues por ordem de prioridade, até ao limite máximo diário por autor.
Os vouchers de prioridade 2 e 3 serão apenas entregues antes do início de cada sessão de
autógrafos, mediante a quantidade de vouchers remanescentes da prioridade 1.
O link na página já está a funcionar!
;)
Outra vez a fotografia do artista, pá!
ResponderEliminarPaulo Costa
ResponderEliminarNão leste o post até ao fim, pois não?
:P
Então vê lá outra vez...
:)
Nuno Plati tem potencial para ser um dos grandes nomes da ilustração de Comics.
ResponderEliminarA entrevista foi bem elaborada, abordando temas interessantes.
João Roberto
ResponderEliminarNuno Plati é talentoso, e só espero que sedimente o seu espaço dentro Marvel, ou de outra editora grande!
;)
Estranho um autor de comics não ler nenhum nem que seja para ver as tendencias actuais da arte.
ResponderEliminarTenho de concordar com o Optimus Prime, é estranho que um desenhador não veja, e não leia nada, ou quase nada, relacionado com o que faz.
ResponderEliminarMas isto sou eu que não percebo nada disto. Se calhar ele tem razão, assim não o podem acusar de plágio, ou ele não se sente tentado a copiar um estilo, uma vez que o não conhece.
hummm
E eu concordo com a Diabba e o Optimus. Direi mesmo mais, como Dupont: o Nuno (que é um excelente desenhador) diz desconhecer o panorama da Bd em Portugal, mas adianta que lhe parece que não há muita qualidade de top. Ora, se desconhece o panorama, desconhece a qualidade.
ResponderEliminarBem, eu vou deixar de comentar BD, porque, às vezes, passo-me (...) e ainda acabam por dizer que é dor de corno (do diabo).
Vejo muita gente a falar de Bd, a comentar, a criticar, mandar palpites sobre como, quando e onde, mas se calhar os mesmos não compram BD; porque, se comprassem, com tal proliferação de "entendidos", estaríamos a escoar edições.
Optimus
ResponderEliminarPois, acho que quem desenha para um determinado mercado deve conhecer pelo menos as tendência a saber " o que está a dar". Mas também não acredito que ele não leia comics... tem de ler alguns com certeza para se manter minimamente informado.
:)
Diabba
ResponderEliminarBem, acho que tens razão também. Assim nunca plagiará ninguém!
:D
Santos Costa
ResponderEliminarValorizo sempre quase todas as opiniões, só não considero as opiniões que decididamente são para ofender a minha pessoa, outros comentadores, e no caso de entrevistas o entrevistado.
Não penso que o faças, dás a tua opinião e eu gosto que venhas cá dar uma "bicada" de vez em quando. Não deixes de o fazer só porque achas que as tuas opiniões são devidas a "dor de corno". Não acho que sejam, são apenas e só a tua opinião.
Também discordei, ou achei estranhas, as respostas que estão a provocar esta mini-discussão, mas é a opinião do entrevistado... neste caso o Nuno Plati, e eu respeito, embora não tenha de concordar.
;)
Se ele decidir vir aqui responder a alguns comentários, será bem vindo com certeza!
:)
Olá, só queria esclarecer um pouco melhor o que disse na entrevista relativamente a ler ou não comics. Na realidade, como mencionei, não leio praticamente comics nenhuns, ou seja, não consigo discutir nenhum storyline em particular porque não os acompanho. Honestamente, e não me levem a mal, mas a maioria das temáticas nos comics mainstream não me dizem nada. Agora, com isto não quer dizer que não conheça o trabalho da maioria dos desenhadores que neles trabalham, porque uma coisa é ler, outra é o browsing que faço para ter uma ideia do que se passa. E esse browsing inclui Bd Europeia e Manga. E, sim, vou vendo o que se passa na Bd Portuguesa, até porque conheço pessoalmente muitos do que nela trabalham. Agora, mantenho o que disse que não temos muita qualidade de topo, como há em Espanha ou Itália. O que não entendo é a noção que devo seguir o que se passa para estar a par de trends no desenho. Eu tenho um estilo próprio, com milhentas influências, mas nunca tive a tentação de seguir este ou aquele trend, nem me passou pela cabeça plagiar alguém. Aliás, tenho orgulho em ter um estilo próprio, e o não me sentir tentado a copiar, não tem a ver com o desconhecimento, aliás penso que em termos de artistas de comics, manga, bd, ilustração e afins, tenho um conhecimento muito, muito extenso e abrangente, o que não quer dizer que sinta necessidade de copiar alguém, que seria sinal duma certa mediocridade da minha parte e falta de talento. Estou dìsponivel para discutirmos um pouco este tipo de assunto no Anicomics, se quiserem. :)
ResponderEliminarNuno Plati
ResponderEliminarObrigado pela tua intervenção. Desculpa não ter respondido mais cedo, mas tenho andado tão atarefado que acabou por me passar... sorry
Assim já percebo melhor o que querias dizer quando disseste que não lias comics, trabalhando tu nessa indústria. Como disseste deu a entender que eras uma pessoa completamente hermética.
:)
Em relação aos desenhadores de topo, ou não... aí não concordo. Temos por cá desenhadores que não são de topo porque nasceram aqui, o que não quer dizer que não sejam excelentes no seu trabalho! O mercado português é incipiente e é muito difícil a um desenhador conseguir um lugar ao sol noutro país, mas isso não quer dizer que não tenha lugar para estar, ou ser de topo, se tivesse a abertura para poder trabalhar para os comics, ou franco-belga. Apenas nasceram no local errado...
:\
Não consigo perceber a lógica da argumentação de que alguém nascendo em Portugal e tendo talento, não teria hipótese de publicar lá fora. Isso, quanto a mim, é uma desculpa, porque posso garantir-te se tiveres talento de topo, consegues facilmente fazer com que esse talento seja notado. Basta ires à Deviant Art para te aperceberes isso. Consegues pensar em cinco nomes que conseguissem publicar numa editora de topo Europeia? Para se ter sucesso, tens de ter talento, perseverança, muita capacidade de trabalho, alguma sorte, e tudo o resto são desculpas.
ResponderEliminarNuno Plati
ResponderEliminarRespeito, mas não concordo com a tua opinião.
Existem talentos que simplesmente não conseguem sair daqui devido ao proteccionismo de alguns mercados estrangeiros. Tu trabalhas para um mercado razoavelmente aberto, o mercado de comics. Aí trabalham sul-americanos, filipinos, indianos, ingleses, canadianos, etc.
Mas nem todos os talentos se são talhados para trabalhar em comics.
Faço-te o desafio: tenta trabalhar para o mercado francês, ou italiano, ou japonês por exemplo.
Nunca te esqueças que existem várias vertentes gráficas e nem todos os estilos se proporcionam a trabalhar a trabalhar para os EUA.
Mas sim, é preciso talento, perseverança, muita capacidade de trabalho e alguma sorte. A maior parte dos desenhadores portugueses falham nalgumas destas premissas, mas alguns não falham... simplesmente as portas estão fechadas.
E nem vou entrar em nomes para não ferir susceptibilidades, mas um dia podemos conversar sobre isto!
:)
Olá de novo Nuno. No meu caso particular, e relativamente ao mercado Europeu, antes de ter começado a fazer a mini série do Alpha estava a começar a trabalhar para um projecto Europeu, com um argumentista publicado na Casterman, mas eu não sou bom exemplo porque o meu trabalho não se encaixa bem no mainstream dos comics. O mercado Italiano é fechado, e eles produzem muito talento que ou trabalha na Disney ou na Bonelli geralmente. O Japonês também é praticamente impossivel de entrar por diversas razões.
ResponderEliminarAgora, se um Espanhol publica numa editora grande Europeia, também um Português publica. A nacionalidade não tem importância. O Lacas publicou na Paquet, que apesar de não ser uma grande é bastante interessante. Porquê? O trabalho tinha qualidade para isso. Se à partida estabelecermos barreiras com a nacionalidade, e a geografia ao já complicadíssimo trabalho que é fazer BD, então não vamos a lado nenhum. :)
Garanto-te Nuno, que as portas estão abertas, o Lacas prova isso, o Ricardo Tércio que actualmente trabalha para a Ankama, prova isso. Se tiveres qualidade e as tais outras características tens muits hipótese de ser publicado. Agora o teu trabalho tem de ombrear com o dos outros autores publicados lá fora. E isso simplesmente quase não há em Portugal.
:)
já agora, Nuno, terei o maior prazer em ter uma troca de ideias com o resto dos comentadores deste tópico, como a Diabba, o Optimus, o Santos Costa, etc. Acho que qualquer debate que promova um melhor entendimento do que é a BD é bom.
ResponderEliminarSó mais um detalhe, eu quando digo que não sei qual é o panorama da BD em Portugal, é no sentido de dizer que na minha opinião não há panorama nenhum. Sim, publicam se algumas coisas, volta a dizer que conheço a maioria dessas pessoas, ou seja são meia duzia de autores, e quanto a mim isso não faz um panorama.
Se calhar só mais uma achega final. Eu tenho 37 anos, desde que me lembro que leio e faço BD ou desenho. Conheci o mundo de Aventuras, O mosquito, A Lx comics, o correio do Chico Omolete, a revista Tintin, os livros da Abril, os trabalhos do Bandeira, do Goulão, do Conefrey, do Fazenda, do Xanxa, dos Tércios , do Lacas, e tantos outros. Quando tinha 15 anos mais ou menos frequentava a tertulia do Geraldes Lino, e cresci a ler Tintin, Blake and Mortimer, Spirou, Bernard Prince, Tunicas Azuis, Astérix , Bilal, Moebius, Pratt, Franquin, Greg, Peyo, Charlier,e todos os outros milhentos clássicos e contemporâneos da BD Europeia. Acompanho uma nova geração de Vivés, Sanlaville, Mense, Bonhomme, Herval, Fernandéz, Barbucci, Arenas, Ibanez, etc , etc. Posso fazer o mesmo para autores Americanos e Japoneses. Isto só para deixar claro que tenho noção do que falo, quando falo de BD. :)
Nuno Plati
ResponderEliminarTalvez (quase de certeza) que vou recuperar este tema para discussão. Deixar passar esta fase de Festivais e Lançamentos e depois volto a falar disto. Nessa altura mando-te uma mensagem a avisar.
Mas gostei que fosses fracturante nesse ponto dando uma opinião não consensual. É assim que se debatem ideias!
Obrigado pela ideia para um debate!
;)