Daniel Henriques é mais um artista presente neste Anicomics que trabalha para o mercado dos comics norte-americanos.
Mas existe uma diferença entre ele e todos os outros que lhe farão companhia no Anicomics, e que o Leituras de BD entrevistou... a sua especialidade é Arte-Final!
É a vez de conhecerem melhor o Daniel, e como tem sido habitual nestas divulgações têm a entrevista a seguir à biografia.
Fiquem com o Daniel!
Biografia Daniel Henriques
Fã de Comics desde novo, especializou-se em Arte-final para projectos independentes Norte-Americanos e comissões de ilustração, como seja o póster do VIII Troféus Central Comics, altura em que regressou à BD via a iniciativa CC:Cadavre Exquis. Em 2011, começou a colaborar com o Crime-Lab Studio, do autor Danny Miki, junto do qual assiste em vários títulos para editoras como Marvel, Image e DC Comics, enquanto que, a nível nacional, também colabora com o artista Daniel Maia na saga d’O Infante Portugal.
Entrevista a Daniel Henriques
Como chegaste ao mercado norte-americano? Como aconteceu?
Entrei há coisa de 2 anos, para o estúdio do Danny Miki, muito graças ás redes sociais onde me “cruzei” com o Danny e acabei a fazer testes para entrar para o estúdio Crime Lab Syndicate, onde alem de trabalhar para o mercado estrangeiro tenho aprendido com artistas que considero serem dos melhores a trabalhar neste sector especifico no momento, o que para mim é ainda mais valioso que simplesmente trabalhar para a Marvel ou qualquer outra editora.
Arte-Final é a tua especialidade. Quais são as técnicas que é necessário dominar, e até onde é que um arte-finalista pode ir, trabalhando em cima do lápis do desenhador?
Não há necessariamente nenhuma técnica a seguir, á certas guias que têm de ser consideradas e depois muito do trabalho deve-se também á intuição pessoal de cada arte finalista. Existem vários tipos de desenhadores desde desenhadores bastante detalhados e com um trabalho mais finalizado tal como desenhadores com um traço mais solto e esboçado. Basicamente o meu trabalho é o mesmo em ambos, tentar o máximo possível realçar as qualidades do traço do desenhador e fazer uma página mais forte no final, onde tento separar os planos com mais nitidez, dar mas ênfase às texturas necessárias tentando sempre manter o estilo único e característico de cada desenhador.
Qual é dos teus trabalhos até este momento aquele de que te orgulhas mais, e porquê.
Sem dúvida os trabalhos mais recentes que estou a fazer. Estou neste momento a trabalhar com o Jonathan Glapion para a DC, e o trabalho que estamos a desenvolver é sem dúvida o que mais me orgulho.
Quais são as técnicas que usas mais neste momento? Tradicional, digital ou misto?
Basicamente tudo o que estiver ao meu alcance para melhorar o desenho final é o que vou utilizar. Seja um pincel um aparo uma esponja ou até um trapo velho, mas no dia-a-dia varia o meio que utilizo dependendo do desenhador ou projecto em que estou a trabalhar, tradicional ou digital, não tenho preferências de um ou outro. São apenas meios para fazer arte final e o resultado final é bastante semelhante de um para o outro.
Qual é o teu sonho como arte-finalista?
Tinha dois sonhos, o principal sempre foi poder entrar para o estúdio do Danny Miki e o segundo era poder trabalhar profissionalmente para o mercado Americano antes de fazer 30 anos, felizmente já atingi ambos.
Qual o desenhador com que gostarias de trabalhar um dia, e porquê.
Sem qualquer dúvida Todd Mcfarlane, É o homem que mais idolatro nesta indústria e é um objectivo pessoal meu poder a vir trabalhar com ele, além de não só adorar a arte que faz admiro o homem de negócios que é, e tudo o que conseguiu atingir na vida.
O que pensas sobre a BD nacional e o seu rumo actual?
Infelizmente é um mercado pequeno mas penso que sem dúvida talento não falta prova disso são os constantes artistas que tem conseguido entrar profissionalmente para o meio.
Tens projectos actuais, ou futuros, de que possas falar neste momento?
Neste momento estou a trabalhar maioritariamente Jonathan Glapion onde estou a ajudar no que posso e a aprender também. Tenho vários outros projectos que estou a trabalhar e assim que poder anuncio.
Qual o teu sentimento/opinião em relação ao Anicomics?
Penso que é das iniciativas de louvar a nível nacional e é altamente benéfico, tanto para os artistas como para o público em geral. Espero que o Anicomics esteja por cá por muitos anos e cada vez maior.
Alguma mensagem em particular que queiras dirigir aos leitores do Leituras de BD?
Espero que gostem tanto de ler e apreciar os trabalhos que fazemos tal como nos gostamos de o criar. Penso que há bastantes leitores de BD em Portugal e são iniciativas como estas que ajudam a espalhar a palavra.
Obrigado Daniel!
O Daniel Henriques vai estar presente no debate "Desenhadores portugueses no mercado americano", com Jorge Coelho, Filipe Andrade, Nuno Plati e André Lima Araújo; moderação de Mário Freitas (Dia 11 às 14h00 - Auditório).
Poderão consultar o programa do Anicomics no seguinte link:
Anicomics Lisboa 2013
Daniel Henriques |
O Leituras de BD apoia e recomenda o Anicomics
Boas leituras
Faltou explicar o que é 'Arte-Final'. É acabar de desenhar o que o autor principal deixa? Tipo as árvores e edificios que completam o cenário?
ResponderEliminarpco69
ResponderEliminarSorry... não sou um entrevistador profissional, e isto foi mais tipo entrevistas rápidas!
Mas, desejas saber o que é "Arte-Final"?
:)
sim :)
ResponderEliminarpco69
ResponderEliminarBasicamente é passar o traço preto, ou caneta, por cima do desenho a lápis. Na Europa por norma é o desenhador que faz a arte-final, mas nos EUA a industria tem prazos apertados. Por isso por norma tens o "penciler" (desenhador), o "inker" (arte-finalista) e o colorista.
O que o arte-finalista faz é delinear o traço a lápis do desenhador com tinta preta, retirando imperfeições e fazendo sobressair o melhor do desenho.
Quando o arte-finalista não é bom é capaz de arruinar completamente o trabalho do desenhador... para além de haver arte-finalista que se "apropriam" do desenho transformando-o a seu gosto. Normalmente isto provoca problemas com os desenhadores...
Um bom arte-finalista realça apenas o melhor do desenhador e "limpa" a prancha de imperfeições.
:)