quarta-feira, 15 de maio de 2013

Super Pig: Roleta Nipónica




Este vai ser um ano particularmente activo da Kingpin Books enquanto editora, senão vejamos:
  • Super Pig: Roleta Nipónica (Mário Freitas e Osvaldo Medina)
  • Vamos Aprender (Aida Teixeira e Carlos Rocha)
  • Palmas para o Esquilo (David Soares e Pedro Serpa)
  • Super Pig: O Impaciente Inglês (Mário Freitas e André Pereira)
  • Hawk (André Oliveira e Osvaldo Medina)

Mário Freitas tem sabido rodear-se por bons artistas e autores e o resultado está à vista!


Roleta Nipónica é uma prequela na série Super Pig que nos leva até aos anos 70. Mário Freitas assume perfeitamente que o Super Pig é a sua personagem, e já foi acompanhado por vários artistas nas aventuras do suíno mais carismático e “cute” de Portugal! Desta vez o desenhador foi Osvaldo Medina (Fórmula da Felicidade, Mucha, C.A.O.S.), e claro, as coloristas de eleição da Kingpin: Gisela Martins e Sara Ferreira.
A legendagem, claro… é de Mário Freitas. É a sua especialidade, e com certeza não a ia deixar na mão de mais ninguém!

Mário Freitas apresenta uma história no passado do nosso Pig, onde acabamos por conhecer o seu pai, Calouste Pig, um Pig de muitas habilidades!
O autor conseguiu fazer uma excelente passagem do presente para o passado do Super Pig, valendo-se de um peixe…  o Fugu. A transição é aparentemente fácil, sem ser forçada, e para dar mais força à viagem para o passado as páginas iniciais no presente são a cores, quando o passado invade o livro temos um excelente cinza e tramas Manga. Aliás, no próprio design do livro tudo leva para este estilo. A cor do papel e a falta de margens superior e inferior aliadas ao trabalho de Gisela Martins e Sara Ferreira num ambiente Manga, promovem algo de original nesta saga do Super Pig. De resto o argumento está bem construído e é “fácil de gostar”.

Osvaldo Medina tem aqui uma das suas melhores prestações gráficas, na minha opinião e para o meu gosto. Definitivamente a Fórmula da Felicidade e este Roleta Nipónica são aqueles que preenchem de forma mais completa o meu gosto pessoal, sem desprimor para as outras obras do mesmo desenhador.

E claro, o trabalho das duas coloristas enriqueceu bastante o registo do desenhador…
:)

A história conta um episódio da vida de um Pig juvenil e apresenta-nos o seu pai. Vemos aqui de que “massa” são feitos os Pigs, num ambiente mafioso onde os bandidos de Aveiro estão de conluio com a Yakuza japonesa.
O rapto do Pig é feitos pelos empresários pouco escrupulosos desta região (Aveiro) , mas a reunião com os Yakuza não corre bem…
Calouste Pig decide salvar o seu “rebento” (Mário, tens de apresentar a mãe…) sozinho. Mas não pensem que este Pig é um suíno indefeso! Longe disso…
Tenho de dar os parabéns pela original “roleta” mortal que ele arranjou. Não vou “spoilar”, mas saiu-me um WTF no meio de uma gargalhada quando percebi qual era a roleta que dava o título ao livro.

É um livro de muita acção, muitas referências a tradições portuguesas e japonesas (sabiam que Aveiro é uma cidade geminada com Oita no Japão desde 1978?) e leitões da Bairrada, por exemplo. Leiam este livro com atenção porque por trás desta história aparentemente simples está um argumento muito inteligente!

Penso que este livro lança muito bem o próximo episódio no seu final (Impaciente Inglês), e se era bom entretenimento que o Mário Freitas desejava atingir com esta Roleta Nipónica, acho que esse objectivo foi muito bem conseguido.
É bom ver boa Banda Desenhada feita por portugueses...

Boas leituras

Softcover
Criado por: Mário Freitas e Osvaldo Medina
Editado em Maio de 2013 por Kingpin Books
Nota: 8 em 10

18 comentários:

  1. Poxa vida! E ninguém do Brasil se interessa em publicar essas obras aqui???????????

    WTF????????????

    Você tem essas edições, Nuno? Ou simplesmente recebeu material apenas para conhecimento e crítica e terá que devolver logo depois?

    O que aconteceu com o outro blog???

    Abraços.

    Fabiano Caldeira.

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  2. Fabiano Caldeira
    Só faço críticas a livros que possuo. Seja em papel, seja digital (raro, gosto de papel)!
    E é claro, ou os compro, ou são oferecidos. Em qualquer dos casos fico com eles!
    LOL
    :D
    O outro blogue está um pouco parado porque estou muito sem tempo, mesmo.
    :(
    O Brasil é extremamente protecionista em relação à entrada de obras portuguesas. Lamento, mas já me provaram isso, não uma, mas várias vezes. Por isso me estou a borrifar completamente no "desacordo ortográfico"... só funciona num sentido. As sobras brasileiras da Panini vêm para Portugal, mas daqui para aí é zero. Os entraves são enormes!Até a Leya, que também existe no Brasil, "esconde" os livros que a ASA publica por aqui, e eles têm a lista do catálogo dessa editora que faz parte do grupo Leya!
    Seria maravilhoso que se pudesse mandar facilmente os livros de Portugal para o Brasil, e vice-versa, seria um fólego comercial enorme!
    :|

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  3. Pela forma que você elogiou a Bd me parece ser ela muito boa mesmo.

    Boa resenha meu amigo, me interessei pelo personagem.

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  4. Oi, Nuno! É uma pena enorme esses trâmites que impedem que livros ou BDs portugueses sejam comercialziados tão facilmente por aqui, no Brasil.

    Este país aqui etá ficando cada vez pobre, sem educação, sem bom senso, entregue somente ao consumismo de carros, casinhas e violência. Não sei o que será de nós.

    Abraços.

    Fabiano Caldeira.

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  5. Pois é... Aqui no Brasil, do ponto de vista da cultura e educação, só não estamos piores porque aqui temos...MACACOS!!! Ou só de Leitões se faz uma ótima história de BD como a do queridíssimo, Mário Freitas? Ah! Uma super menção ao trabalho estético do Osvaldo Medina!

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  6. Caríssimos, obrigado pelas vossas palavras. E tenho de facto de encontrar forma de distribuir as minhas publicações no Brasil, até porque vocês costumam manifestar mais interesse do que os próprios portugueses naquilo que é feito por cá.
    Vou pensar que é o factor "santos da casa"...

    Um grande bem-hajam.

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  7. Não é possível os lojistas brasileiros importarem directamente do Mário? Penso que a quantidade de material deve ser sempre pequena para criar muitos problemas alfandegários.

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  8. João Roberto
    Obrigado, uma boa resenha tem de ter um bom livro por trás!
    ;)

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  9. Fabiano Caldeira
    Infelizmente é um facto. Gostaria que houvesse mais facilidade de perfuração dos livros portugueses no Brasil...
    :\

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  10. Venerável Victor
    Nunca pensei que porcos e leitões dessem boas histórias, mas está provado que dão!
    Macacos já não sei não... nunca gostei do Grodd...
    :D

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  11. Mário Freitas
    Isso era bom! Descobrires uma maneira viável de colocar os livros no Brasil!
    ;)

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  12. Paulo Costa
    Não sei. Sei que a Leya Brasil faz sabotagem à importação de livros da ASA para o Brasil. Os problemas levantados são tantos que mais vale ficar quietinho! Se o Mário descobrir uma maneira viável seria óptimo!
    :)

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  13. Deixo então aqui o desafio aos nossos amigos brasileiros do blog: se conhecerem alguma livraria interessada na importação dos livros da Kingpin, é questão de me enviarem um mail para kingpinbooks@gmail.com.

    Obrigado!

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  14. Gosto deste tipo de arte, está tudo muito bom visualmente! Ótima resenha Nuno!

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  15. Guy Santos
    Obrigado! Também gostei muito desta performance do Osvaldo Medina e das coloristas Gisela Martins e Sara Ferreira!
    :)

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  16. É falar com o Wagner da CASA da BD. Ele traz tranta coisa do Brasil que decerto poderá partilhar alguns contactos.

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Bongadas

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