Cartaz alternativo do Festival Internacional de Beja pelo artista Sama |
O autor brasileiro Sama vai passear até Beja no próximo fim de semana.
Poderão acompanhá-lo numa visita guiada à sua exposição no Sábado por volta das 15:45, pedir-lhe um autógrafo nesse mesmo às 18:30, e finalmente no Domingo poderão ouvi-lo em conversa com Luísa Sequeira e fazer-lhe perguntas se assim o entenderem.
Primeiro lugar no Salão Carioca de humor na categoria 'Melhor Charge' em 2004 |
Este artista tem sido muito irrequieto entre Portugal e Brasil, mas tive o prazer de o conhecer no último Amadora BD. Muito simpático e acessível!
E lá me assinou o meu exemplar de Johnny Furacão.
Autobiografia
Eduardo Filipe a.k.a Sama
Assim como o Dr. Jeckyll e o Sr. Hyde,
Eduardo Filipe e o Sama ocupam o mesmo corpo. Eduardo passou pela televisão, teatro e cinema como ator e realizador.
Em cinema foi protagonista nos filmes "Era uma vez...”(1991), ”Uma História do rio Paraguai”(1999), “A Cartomante”(2008) e no teatro participou em várias peças com ator, entre elas, “Os 12 trabalhos de Hércules”(1989),”O Ateneu”(1990),”Picaretas”(1997) e assinou a cenografia e direcção de arte da peça “Zastrozzi”.
Já Sama é artista visual premiado em salões de Arte Contemporânea e Bienais internacionais.
Publicou cartons, ilustrações e BD nas revistas: Piauí, Argumento, General, Bundas e nos livros: “A Imagem do Som”, "Clube da Leitura" e “Irmãos Grimm em Quadrinhos”.
Ganhou o 1º lugar no XV Salão Carioca de Humor na categoria Charge com o polêmico Bin Laden Bank (também conhecido como Bradesco Bin Laden).
Grafitou as instalações da SonyBMG no Rio de Janeiro, integrou as exposições coletivas “100 anos de Dercy” na casa de cultura Laura Alvim,“A Imagem do Som do Samba” no Paço Imperial do Rio de Janeiro, o “Piscinão da Benvinda de Carvalho” em Belo Horizonte e o XVII Salão de Arte Digital de Havana em Cuba.
Depois de ser premiado no XV Salão Universidarte de arte contemporânea, realizou sua primeira individual “3 Caras e Uma Caixa” na Galeria Maria Martins no Rio de Janeiro.
Assinou a Direção de arte e as instalações para o clipe “Esconderijo” realizado por Selton Mello.
Em 2011 lançou seu primeiro livro solo "A Balada de Johnny Furacão", que ficou entre as 10 melhores BDs do ano no Brasil.
Em Março de 2012 participou com uma exposição no MAB Invicta -Festival Internacional de Multimédia, Artes e BD na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.
Em Outubro de 2012 participou no festival internacional de Banda desenhada da Amadora, sendo um sucesso de vendas, irá este ano apresentar no festival internacional de Beja originais do seu novo work in progresso assim como uma reedição do 1º volume de "Os cadernos de Sama" com novos extras não incluídos na primeira edição assim como prefácio de André Azevedo e posfácio de Manuel Espirito Santo .
Entrevista
Vamos lá, senhores...
Como inicias um trabalho novo? Vem à cabeça ou procuras no mundo à tua volta inspiração para o trabalho?
Acho que das duas formas ao mesmo tempo... Carrego um monte de estórias comigo, eventos pessoais e referências, entretanto não me privo de me "contaminar" por outras que ocorrem a minha volta... Muitas vezes elas se complementam.
Normalmente tu escreves e desenhas os teus próprios livros. Nunca colocaste a possibilidade de trabalhar com um argumentista, e se sim, com quem gostarias de trabalhar um dia?
Já trabalhei em parceria, tive uma BD premiada na 2ª Bienal Internacional de Histórias em Quadrinhos, "SODAPOP", com roteiro do Marcelo Vindicatto e atualmente realizo um documentário em parceria com a jornalista Luísa Sequeira. E tenho recebido várias propostas de outros autores, o que ocorre, é que tenho muitos projectos individuais, por isso, infelizmente deixo muitos parceiros à espera... Sobre com quem gostaria de trabalhar? Com pessoas inteligentes e razoáveis...
Estás já há bastante tempo em Portugal. Não te sentes deslocado?
Deslocado é o meu nome. Sempre me senti deslocado, por isso faço o que faço.
O que pensas sobre a Banda Desenhada portuguesa?
Acho fixe! Já conhecia alguns nomes mais antigos, como o Victor Mesquita, Isabel Lobinho e Álvaro Mata.
Da cena mais contemporânea, curto vários... Derradé, Relvas, Marco Mendes, Zamith, Pepedelrey, Miguel Ferreira, João Sequeira, Jorge Coelho, João Fazenda, Tiago Manuel, Paulo e Suzana Monteiro entre outros... O Rui Terneiro, que é moçambicano, mas é autor lusófono...
Uma pena é o mercado ser tão reduzido... E "desunido". Portugal sempre teve uma forte representação na literatura, com autores como José Saramago, Gonçalo M. Tavares, Valter Hugo Mãe etc...
Não entendo porque com a BD é diferente... Há de se abrir um espaço, mesmo que à força!
Novo trabalho: Zodiaco |
Gostarias de deixar uma pequena mensagem aos leitores do Leituras de BD?
Gostaria sim... "Comprem meus livros!"(risos) À sério, prestem mais atenção na cena independente autoral... Bruce Wayne, Clark Kent, Steve Rogers e outros musculados de fato colante, querem mais que vocês se fodam!
Forte abraço!
Sama
Obrigado Sama
Pronto, foi uma pequena entrevista repentina e sem ser muito pensada!
:)
De notar que a exposição em Beja vai mostrar pela primeira vez ao público algumas páginas do novo trabalho de Sama: Zodiaco!
Boas leituras
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